domingo, 7 de fevereiro de 2010

248 - EXPERIMENTOS - NO PONTO

 248 - No Ponto
Autor: Carlos Henrique Rangel

Disse José:
- Ela esperava.
Estava no ponto e esperava.

Falou Maria:
- Ela esperava.
Estava no ponto.
Estava de branco.

Carlos a viu:
- Era loura.
Olhos azuis.
Linda...

Marta passou:
- Olhava o relógio...
Os sapatos... Lindos.

Antônio olhou:
- Muito bonita...
Não pegou o ônibus.

Mário lhe sorriu:
- Ela não me viu.
Olhou o relógio.
Não me viu.

Natália observou:
- Estava no ponto.
Andava para um lado.
Andava para o outro.
O vestido era branco...
A bolsa... Preta.
Olhava o relógio...
Lindo relógio.

Pedro parou o carro:
- Não queria carona...
Não me deu atenção.
Não me ouviu ou não quis...
Muito bonita...

Cecília notou:
- Muito bonita...
O colar era azul
Como os olhos em lágrimas...
Olhava o relógio...
Muitas vezes olhou.

Mauro também viu:
- Tão linda e chorava...
O taxi parou.
Ela chorava.
Olhou o relógio
E entrou.
Ela chorava...
Ela chorou...

3 comentários:

  1. Um experimento com nova linguagem. Tentativas de escrever diferente o que sempre escrevemos...

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  2. Intenso e sensivel... A distancia que voce consegue estar do que está escrevendo é nula.
    Você está dentro do que escreve.

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  3. Essa é uma tentativa de romper com o padrão. Imaginei um poema que conta uma estória fragmentada que se completa com a visão de muitos.Um poema/crônica como chamou um amigo.

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