quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

250 - SIMPLES
Autor: Carlos Henrique Rangel

Cada vez mais simples
Eu escrevo você.
Você,
Complexa figura,
Somente simplificando
Para entender.
Mas o que você é
Não sei dizer com palavras...
Me veja...
Todo meu corpo
Reflete você.
O bem que sou
O mau que fiz
Tudo foi você
Em mim...

Como sou cruel
para te escrever assim...

Mas aconteceu.
Virei você.
E essa é a leitura que fiz.
Não lamento nosso encontro.
Talvez eu tenha sido culpado
De não saber você.
Me magoei por você.
Me transformei em você...
Sou você pior...

Dura e simples leitura...
Sou você pior...
Não te odeio
Nem te amo mais...
Sou como você agora.
Sou capaz de tudo
Mas amar
Jamais...


251 - AVENTUREIRA
Autor: Carlos Henrique Rangel

A água da sarjeta
Escorre leve
Como um rio.
E como um rio,
Pequenos barcos
Em folhas deslizam
Pelos seus caminhos.
Para onde corre
A água urbana?
Que caminhos são
Os deste pequeno rio?

A nascente eu sei,
Uma matrona
Esbanjando limpeza
Em sua calçada.
Mas a foz...
Mistério a ronda.

Quando criança
Acompanhava
Esses pequenos barcos
De folhas...
Nunca era o mar
O destino final.
O boeiro tragava
O aventureiro
E a criança lamentava
A triste sina...

Hoje o tempo
Não é o mesmo.
Não acompanho a folha.
Só lhe dou adeus
Desejando melhor sorte,
Melhor sina.
Sei que é o mar
O fim de todas as águas...
O grande espelho azul
Quase infinito...
Mas a criança,
Como o adulto
Sempre desejam
Melhor sorte
Às folhas aventureiras.

4 comentários:

  1. Suas poesias me transmitem muita sensibilidade, gostei dessas duas, não sei se foi mais da primeira ou da segunda.hehehe

    Muito Boas!

    ___________________________________

    Tenho aprendido muito,sinto que estou crescendo mentalmente a cada dia. :)

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  2. capiturar as coisas simples do cotidiano e os sentimentos escondidos na alma... Estou tentando.

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  3. Obrigado... Realmente gostaria de fluir...

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