terça-feira, 30 de junho de 2009

117 - DELIBEREI
Autor: Carlos Henrique Rangel

Deliberei
Que não há o que
Deliberar...
Chega de tanto
Fazer ...
Tanto falar...
Tenha coragem
De dizer o que quer...
O que é...
O que vai ser...
O que vai acontecer...
Grita meu nome
Acredite: eu aparecerei...
Confia
Acredita
Liga...
Não desliga...
Deixa eu falar...
Pode ser que
Haja verdades
Em minhas palavras
E o som pode te curar...
Ou a mim...

Deliberei
Que não há o que deliberar...
CONFIAR...
Essa é a palavra da hora.
116 - ESQUINA
Autor: Carlos Henrique Rangel

Minha sede
Eu mato na esquina...
Apago a dor
Da retina
Na esquina...
Um gole ou dois
É o começo do esquecimento.
Outros virão depois...

Minha sede
É infinita...
Vem de tempos
Imemoriáveis
De carências antigas.
De amores perdidos...
De dores repetidas...

Minha sede
Eu mato na esquina...
Mentira repetida...
Minha sede é imortal
E como fênix
Renasce todos os dias...
Minha sede...
Repito...
Eu mato...
Na esquina...

segunda-feira, 29 de junho de 2009

115 - SOLIDÃO
Autor: Carlos Henrique Rangel

De novo o frio
E a solidão...
Um silêncio
Quase um berro
Vigia a sala vazia
E me espreita o coração...
Lá fora
A noite é um reflexo
Do meu peito
E eu lamento...
A tristeza
É menina má...
Brinca de machucar...
Dói
E ela sabe que dói...
Uma ruga pesa
Em minha testa...
Que vontade de dormir
E acorda feliz...

Sonhar é bom...

domingo, 28 de junho de 2009

114 - ASAS II
Autor: Carlos Henrique Rangel

Eu continuo
Batendo as asas...
Bato as asas
E a brisa
Que produzo
Refresca os seres
Que vejo
E os que não...
No frio
Mudo de penas
Desprendendo
Pelos caminhos
Leves plumas brancas.
Há quem
Colecione
Essa fugidias
Lembranças de vôos...
Outros não ligam...
Pisam...
Eu continuo
Batendo as asas
Em vôos rasantes...
Há quem sorri
Das acrobacias aéreas.
Minhas asas
São inquietas
Á noite
E eu continuo
Com vôos noturnos...
(Incomodam-me
Na cama...
)

sábado, 27 de junho de 2009

113 - ERREI
Autor: Carlos Henrique Rangel

Em terra de surdo
Quem é mudo...
Errei!
Em terra de mudo
Quem se cala...
Errei!
Em terra de cego
Que não enxerga...
Errei!
Em terra de manco
Quem tropeça...
Não sei...
Em terra de doido
Quem perde a razão...
Encontrei?
Nas terras do amor
Quem ama muito...
É Rei...


Acho que acertei...
112 -PALMA DA MÃO
Autor: Carlos Henrique Rangel

Meu mundo
É central
E se esconde
No peito
Como um coração.
Meu mundo
Bate forte
Toca o seu ser
E cabe na palma da mão.
Meu amor
Foge do meu mundo
Sem razão.
Não mordo...
Muito...
Só sou verdadeiro
Quase não mudo
E meu mundo
É como um coração
Bate forte
E te espera
Ponha a mão...
Venha viajar
Pelo mundo...
Sinta o mundo...
Ame o mundo...
É como um coração.
Bate forte
E cabe na palma da mão...
111 - SONHO
Autor: Carlos Henrique Rangel

Sonhei
Que te toquei
Em sonho...
Só em sonho...
Só...
E sua pele
Respondia
Aos toques
Com ardor impossível...
Só em sonho...
Como um sonho
Dentro de um sonho
Acordei
Sonhando...
Uma lágrima
Brincava no rosto...
Lamentei
O sonho sonhado
E acordei...
Acordando...
Uma lágrima
No rosto...


Em sonhos...
Só...
110 - NATI
Autor: Carlos Henrique Rangel

Os cabelos de Nati
São negros.
Grandes ondas negras
Que banham o travesseiro
E cobrem seus sonhos...
A menina brilha dormindo
E ocupa com elegância
O leito seguro...
Eu observo
Os cabelos de Nati
Ondulando em sonhos
E arrisco a brincar
Com seus fios...
Brincar com seus sonhos...
Nati brinca de Alice...
Eu sorrio...

sexta-feira, 26 de junho de 2009

109 - HABILITA
Autor: Carlos Henrique Rangel

Eu sou esse ser "encantado",
quase amaldiçoado
que precisa de um beijo
para deixar de ser sapo...
Sou esse príncipe descarado
quase vagabundo
que sonha com outros mundos
preso em sua gaiola de chumbo...
Eu?
Sou Peter Pan tupiniquim
Sonhando com minha “Sininho”
Uma fada... Com belas asas
Para me enfeitiçar...
E como ser encantado,
Acredito em fadas
Pequenas de cabelos curtos
E olhos que olham...
Mas não olham para mim...
(Quem se habilita?)
108 – JUNTOS
Autor: Carlos Henrique Rangel

Não posso
Te obrigar
A ser melhor...
Nem quero...
Pela incapacidade
De saber o que é melhor...
O melhor descobriremos...
Juntos.
Não sei dizer
Faz.
Sei dizer:vamos
Fazer... se você quiser.
Fazer pode ser bom
Para mim
E para você...
O que fazer?
Vamos decidir
Juntos...

segunda-feira, 22 de junho de 2009

107 – CEDO
Autor: Carlos Henrique Rangel


O que cedo
Começou
Acabou
Cedo...
Refresco...
Como beijo
De jabuticaba...
Eu vi o nada
Se esvaindo
Em tudo
E meu coração
Moído
Se perdendo
Em infantilidades
Adolescentes...
Sou menino
Antigo
E não fui
Vacinado
Para dores
Recentes...
Cedo
Acabou
O que não
Começou...
Foi bom para você?
Para mim...Foi...
Na madrugada
Vou chutando
Latas...
Nada mais
Antigo
Que um
Coração
Partido...
Começou
Cedo
O que não acabou...

sexta-feira, 19 de junho de 2009

106 -PEDRAS DE JORGE
Autor: Carlos Henrique Rangel

As pedras seguram
O que o vento leva...
Leva tempo
E folhas/ pássaros...
Leva mensagens...
Memorandos sérios...
Burocráticos históricos
E poéticas
Folhas vazias
Cheias de possibilidades...
As pedras de Jorge
Impedem esses vôos...
São travas róseas
Monolíticas senhoras
Que pensam ajudar...
As pedras de Jorge,
Matronas mudas
Não gostam do tempo
Detestam o vento...
Funcionárias retrogradas
Do ficar...
As pedras de Jorge
Estão em todos
Os lugares
Mesmo onde não estão...
E continuam em suas mesas...
Irregulares...
Ameaças previstas,
Potenciais inimigas...
Pedras de Jorge...

Somente Jorge...


quarta-feira, 17 de junho de 2009

105 -ASAS
Autor: Carlos Henrique Rangel

Minhas asas
Me incomodam
Na cama...
Estico sonolento
E vejo
Suas sombras
Na parede...
Voar faz
Bem
A mente
E eu bato levemente
As asas
Para ver
Com calma
A realidade
Que quero.
Minhas asas
São brancas
Quase transparentes
E desfilam
Suas penas
Pelos caminhos
Que trilho.
Roçam levemente
Aqueles que quero
E se escondem
Dos que não podem
Ver...
Minhas asas
São jovens...
Eternas...
E me acompanham
Na lida.
Mas...
Me incomodam
Na cama...
E me levanto
Para vôos noturnos...
Minhas asas...
São brancas ...
E as suas?

104 - EU ACREDITO
AUTOR: Carlos Henrique Rangel


O luminoso
Me gritou:
ACREDITE!
Acreditei...
No quê?
Não sei.
Quero acreditar
Em tantas coisas...
Em mim,
Na paz,
Em Deus...
Em Fadas...

Eu acredito em Fadas
Acredito, acredito...
Você não?
Que pena...
Acredite!
Acreditar
Está na moda.
Acredite no sinal.
No salário no fim do mês...
Em dezembro tem Natal...
Acredite no Sol e na Lua também...

Acredite que tudo é belo
Mesmo o que nos parece feio...
Acredite, tudo passa...
O Carro passa...
O ônibus passa...
A dor ... Soprando passa...
E Eu...
Acredito em Fadas...
ACREDITO!
ACREDITO...
103 – PERDA
Autor: Carlos Henrique Rangel

Eu não sei
Onde você
Está...
Sei que se perdeu
Em algum lugar
Da minha insegurança...
Quando te olhei
Não te vi...
(A Rosa Americana
Não brilha mais...)
Em que caminho
Te perdi?
No medo das multidões?
No beijo mal dado?
No carinho que não foi?
Eu não sei
Onde você
Está...
Onde esteve
Nos anos passados...
Durou pouco
A paixão poeta...
Em algum lugar
Fui esquecido
Do seu cotidiano
E tudo agora
Parece um grande
Engano...
Mas te amei
Na ilusão
Do amor...
Não te perdi...
Não se perde
O que nunca
Se teve...


terça-feira, 16 de junho de 2009

102 - MANCHA
Autor: Carlos Henrique Rangel

A macha na parede
Me desenha
O tempo em relevo.
São montanhas e crateras
Que não dizem nada
Apenas o estourar da tinta...
A umidade produziu
A maravilha...
Água e Sol
São grande artistas...
O observador
Sente o tempo
E admira
A obra aberta...
Construção diária
Figurativa...
Montanhas imaginárias...
De quem vê...
Que ilhas são essas?
Quem ocupa esses montes?
Que viagem é essa
Do observador?
São apenas manchas
Na parede?
Delírio de sonhador?
101 -PEÇA
Autor: Carlos Henrique Rangel

Agora
A crise...
O frio na barriga...
A estréia de mais um dia...
Respiro os ares do mundo
E cada ato está repleto de covardia...
Medos dos mundos...
Viver é aventurar
Todo dia...
Agora...
A crise...
Decorei minha fala?
E o sorriso está bom?
Qual é o sinal?
Meu papel secundário
Importa?
Agora...
A crise...
“quebre a perna”
Dirão alguns...
100 -AREIA II
Autor: Carlos Henrique Rangel

Minha sabedoria
Escrevo
Na areia...
Em relevo
Misturada
A grãos.
Na areia
Rabisco
Minhas dores
Que duram eternas
No vento.
Como o tempo
Da maré...
Na areia
A marca
Que deixo
Para o futuro...
Minha
Sabedoria
Descartada
É manipulada
Revista
Às vezes usada...
Minha sabedoria
Ensino na areia
Aos espectros
Resistentes.
Ouve os que
Querem ouvir...
Os outros,
Pisam letras
Chutam grãos
E seguem caminhos
Diversos...
Minha sabedoria
Escrevo na areia
E espero para ver...

domingo, 14 de junho de 2009

99 -SOLITÁRIO
Autor: Carlos Henrique Rangel

Um papel solitário
No meio do caminho
É o limite
Entre ela
E eu.
Seus olhos negros
Não me olham
E eu sinto sua pele
Entre os dedos...
Seu sorriso
Eu beijo em um gole
De cerveja
E a música
Parece rir
De minha devoção...
Que vontade de ser
Seu menino
E adormecer
Em seu colo...
No entanto...
Sou aquele
Que só observa...
Só observa...
98 -COPO
Autor:Carlos Henrique Rangel

O copo
Semi-cheio
Me observa...
Meu lábios
Estão úmidos
E sonham
Com seus beijos...
Na minha
Solidão
Você não existe
E contento
Com o gosto
Gelado
Do líquido
Amarelo...
O olhar pesado
Sofre
O silêncio...
Paira no ar
Sua imagem
E sofro
O não estar
Como adolescente
Carente.
Me delicio
Com o murmurar
Do ar
E o frio cortante
Não pode
Me machucar...
Mais...
Não sei
O que fiz
Ou que faz.
Soluço aos goles
A sua deserção.
Não cobro
Nada
Não quero
E não posso...
Somente
Lamento
O fundo
Do poço
E me escondo
Sobre copos
O despertar
Romântico.
O copo
Agora cheio
Me observa...
Eu o devoro
Com os lábios...
São os beijos
Que acho...

São os beijos
Que tenho...
97 -IDADE DO MUNDO
Autor: Carlos Henrique Rangel

Tenho a idade
Do mundo.
Vi mundos
E fundos.
Sei de tudo
Ou quase...
E você...
Conheci
Milhares
Como...
Te vi
Loura
Morena
E olhos puxados...
Não nasci
Ontem...
Tenho
A idade
Do mundo...
Vi guerras
E guerrilhas.
Fui torturado
E também...
Sei das
Dores
Do mundo...
Mas também
Amei...
Quantas?
Não sei...
O tempo
Não conta
Para quem
Tem a idade
Do mundo
E já viu
Mundos
E fundos...
Se te amei?
Sim,
Te amei
E outras
Mil...
Um pouco
Mais
Um pouco
Menos...
Amei mil...
Mas como
A vida...
Tudo passa...
Tenho a idade
Do mundo
E a lembrança
É como
A brisa
Que passa...
Tenho a
Idade do mundo...
96 - DIVINDADE
Autor: Carlos Henrique Rangel

A moça
Canta
Seus Deus
Como só
Seu...
Mas a
Divindade
Que adora
Também
Me é cara
E a vejo
Em um grão
De poeira
E no ar
Frio da
Manhã.
O Sol que
Me ilumina
Veste
As coisas
De Deus
E mesmo
Em uma
Cicatriz
A força
Do Ser
Se manifesta.
Como é bom
O cheiro do mundo...
Nada é imundo...
Sinta a felicidade
No ar
Ela está...
A moça canta
A Divindade...
A Divindade
A rodeia
E o suor de
De Deus
Lhe banha
A face...
Não há
Dor ou infelicidade...
Tudo é.
Tudo é divindade...
95 -OFERTA
Autor: Carlos Henrique Rangel

Ofertei
Um pouco
De vida...
Minha vida...
Que seja sugada
E digerida...
Eu...
Apenas quero deitar
Sobre a cama
E dormir
O sono dos justos
Justificando
Minha existência...
Não me cobre
Mais nada...
Sou um solitário
Guardião
Do vago
E o que sou
Não da conta
Do improvável...
Ao mundo
Me dei
Aos goles
E suguei
O que pude.
Não me cobre
Mais nada...
Fui menino
E
Sou ainda
E
Sonho
Com o que
Me pode
Dar a vida...
Ao mundo ofertei
Um pouco
De vida
E sorrio
Em lágrimas
Para a felicidade
Alheia...
Apenas quero
Continuar minha
Semi-luta
E beber
O fel dos justos...
Ao mundo
Ofertei
Um pouco
De tudo.
Não me cobre
Mais nada...
Me deixe
Só em meu mundo
E serei
Feliz
Entre muitos...

sábado, 13 de junho de 2009

94 - CHUVA
Autor: Carlos Henrique Rangel

Na chuva
Me molhei
Pisando poças
E barros
Vejo brumas
Impressionistas
Na segunda vista
E a luz
Que ilumina pisca...
Chora o mundo
A minha vida
E meu suor
Respinga
Na pista...
Na chuva
Caminho
Borrifando
Minhas lágrimas
E meu caminho
Úmido
Não tem fim.
Atravessa esquinas...
Outros caminham
Cantando
E sorrio
A minha tristeza
Menina
Matando
Minha sede
De vida.
Na chuva
Esparramo
Minha sina
E minhas pegadas
Podem
Ser seguidas.
As mãos
No bolso
Seguram os dedos
Escondendo o frio...
A estrada
Parece um rio...
Eu sigo
Em busca
Do mar.
Linhas úmidas
Atropelo...
Não corro
E nem
Quero...

Vai passar
Eu sei...
Espero...

sexta-feira, 12 de junho de 2009

93- SÓ RINDO
Autor: Carlos Henrique Rangel

Só Rindo
Sorrindo
É Assim
Que Te
Quero Ver..
Sempre
Sempre
Sorrindo
Para Quem ?
Não Importa...
Para quem quiser...
Desde que sobre
Um pouco
De sorriso
Para mim...
Só rindo...
Eu sei...
92 - ACREDITO
Autor: Carlos Henrique Rangel

Eu acredito
em raios coincidentes
Eu acredito
em beijos ardentes...
Eu acredito
em Gente
Eu acredito
No futuro... Da gente.
Esqueceu?
Eu acredito
Em fadas...
Eu acredito
Em você...
ACREDITO

ACREDITO...

91- CHATA
Autor: Carlos Henrique Rangel

Seja chata comigo
Critique o mundo
Jogue pedra
Nos conceitos
Crie novos conceitos...
Me dê um pouco de fel intelectual
Morda as mesmices
E distribua suas frases apimentadas...
Seja chata comigo:
Sem dó...
Não tem perigo...
Eu agüento
Sua intelectualidade cultural.
Não tenho medo
De citações
Ou bordões...
Aceito tudo...
Vou me deliciar
Com seus nãos...
Seja chata comigo...
90 - TRISTE
Autor: Carlos Henrique Rangel

Não te quero triste.
Te quero sorridente...
Tímida
Mas sorridente.
Dizendo o que
Sabe,
Me olhando
Com esse
Olhos
Que... Adoro...
Não te quero triste
Te quero
Perto.
Bem perto...
Quase
Me fundindo
Em te...
Olha,
Não te quero triste
Te quero como
Vier...
Alegre ou triste
Só te quero inteira...
Mas...
Nesse momento
Não te quero triste.

89 -COLO
Autor: Carlos Henrique Rangel

Quero colo...
Meu sorriso
Está amarelo
E já não diz
NADA.


Meu tudo
Se foi quando
Me perdi
Em seu olhos...
E já não vejo
As coisas
Como são...

Sonho com
Toques
E confundo
O real...
Já não sei
Se vou
Ou se passo
Se fico
Ou caminho
(para seus braços).

Sou fugitivo
De mim
E se me pego
Não sei...
Quero colo...
O seu...
Não fuja
De mim
Deixa que
Isso eu faço...

Sou covarde
Cheio de intenções
E desejos...
Mas herói sensual
E te salvo
Com meus beijos
Nesse nosso
Mundo virtual...

Quero colo
Macio
Regado a toques
De mãos pequenas
Eu sei...
Não precisa
Dizer nada...
Nosso amor
Está escrito
Nas areias...

(Apenas
Me dê colo...)

88 - AREIA
Autor: Carlos Henrique Rangel


Na areia
Escrevo meus
Sentimentos
Deixando para a eternidade...
Sou volúvel
Como as ondas
E repito
Sempre diferente...
Meu lugar
É o não lugar
Aquele
Onde vou te encontrar:
O Céu dos viventes...
O paraíso dos descontentes...
Na areia
Escrevo meu diário
E espalho ao vento
Meu calvário...
Sou menino
Brincando de vida
Sonhando fantasias
Em um mundo real...
A realidade
Fere meus sentidos
E eu prefiro
O sem sentido
Amor virtual...
Na areia
Entrego
Meus sentimentos...
Sofro eternamente
Enquanto durar
Os rabiscos...
Sonho com
Você
E repito:
Na areia
Escrevo nosso amor
Virtual...
87 - AMAR
Autor: Carlos Henrique Rangel

Amar a Lina
Amar a Luna
Amar é...
Amar o mundo
Amar o imundo
Amar o moribundo...
Amar...
O que tem
O que não tem
O ser
O não ser
O antes
E o depois...
Os prós
Os contras
O que está
E o que não...
Amar
O que se vê
E o que não...
O que sou...
E o que não sou...
O que foi
E o que será...
AMAR
Simplesmente
AMAR...
86 - PRESENTE
Autor: Carlos Henrique Rangel

Namorei um presente
Para te dar virtualmente.
O que seria?
Não sei...
Não sei o que oferecer
Ao que não se vê.
Já que me dou tanto
No espaço
Expondo minha mente
Em palavras....
Nem sei se nosso
Namoro virtual
É real...
Ou uma brincadeira
Passional
Fantasia.... Minha...
Vontades paralelas
Do que poderia ser...
Namorei um presente...
Mas
O presente real
Sou eu...
E me dou como posso...

sexta-feira, 5 de junho de 2009

85 -NÃO CONTA
Autor: Carlos Henrique Rangel

O FRIO DA NOITE
ME DA CEDE...

BORRIFA
UM POUCO DE
SEU SORRISO
EM MEUS LÁBIOS
E ME SALVA...
84 -OBSERVATÓRIO
Autor: Carlos Henrique Rangel

Observo a menina
De sorriso
Triste
Que tem como
Sina
OBSERVAR...

Observo
O Olhar
Da menina
E de suas
Iguais.
Todas
Com a mesma
Sina:
OBSERVAR...

Observo
Esse corpo...
Essa voz
De menina...
Observo...
E essa está
Sendo a minha
Sina:
OBSERVAR...

Observo a menina
E seu pensar...
A menina
Que observa
Me faz
Observar...

Quanta
Coisa se aprende
Ao observar...
Observar
É bom
E me faz
Amar...
Mais.

Observo...
E essa está
Sendo a minha
Sina:
OBSERVAR...



PRECISO DESABAFAR
Autoria: Ananda Carla Silva Rangel/Natália Jade Alves Lima Rangel

Você nunca me deu valor.
Mas para mim você continua
sendo
especial,
essencial.
Minhas noites
solitárias
Sentem falta de Você.
Era Você que me preenchia.
Gostaria de voltar
no tempo
e ver você entrar
pela porta
da frente
Sem ter que se arriscar
Pulando para o meu quarto.
(na calada)
E com o brilho do luar
Ficaríamos juntos de novo
Até o amanhecer.
Quero dizer o que sinto
por você.
Muito amor, carinho e dor.
Queria ver tudo se repetir,
Por que fica na minha mente
O seu rosto inocente.
E uma hora você vai descobrir
Que sou uma em um milhão.
Ao entardecer continuo
a esperar por você.
Mas agora acabou,
Tudo acabou...
Terminou...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

83 – MIL
Autor: Carlos Henrique Rangel

Tenho vontades
Mil...
Vontade de
Te abraçar...
Te beijar..
Te...
Vontade
De coisas...
Sei ...
Dos limites...
Ai...
Esses limites...
Existem?
Ou
São ilusões?
Ou
Apenas
Tentações?
Tenho vontades
Mil...
De sorrir
Em seu sorriso
De tocar
Em seu corpo...
E em seu
Cabelo novo...
E te dizer
Vem...


Tenho vontades
Mil...
81 - ORAÇÃO
Autor: Carlos Henrique Rangel


A moça
Abraça o livro
E se salva
Em oração.
As meninas
Seguem
O ritmo...
O pulsar
Do coração.
O cotidiano
Constante
É o caminho...
O caminho
Do dito
Já lido
Tantas vezes.
A moça
Abraça a
Vida
E se salva
Em oração...
E as meninas...


82 – NÃO LUGAR
Autor: Carlos Henrique Rangel

Te amei
No roçar de mão
No encontro
Dos olhos
No beijo
Invisível
Que dei
Em algum
Lugar...
Como é fácil
Te amar
Em sonhos
Passear
Em praias
“Do nunca”
E te
Encontrar
Em nosso lugar...
Aquele “não lugar”...
Te amei
Entre brumas...
Como é fácil
Te amar
Sem te falar...
E te encontrar
Em nosso
“não lugar”
Eu ...
Sempre
Te amei...
Em brumas...

terça-feira, 2 de junho de 2009

80 – FRONTEIRA
Autor: Carlos Henrique Rangel

Meu amor
Não tem fronteira...
A fronteira
Está ao alcance
Dos braços
Eu te dou
Os meus
Dedos
E te delicio
Com toques...
Você caminha
Em sua obsessão...
Eu sussurro
Ao vento
O seu nome
Como pétalas
De rosas...
As rosas...
As flores
E sua rainha...

O fim de
Uma poesia
Não tem
Fim...
Essa muito
Menos...
79 - METADE DO MUNDO
Autor: Carlos Henrique Rangel

Metade do mundo
Me conhece do avesso...
Sou espinho
Em testa de inocente...
Pedra no caminho.
Dor de dente...

Metade do mundo
Me sente
Como algo,
Mas o não ser
É mais perto
De tudo
E do Todo...

Outra metade
Pensa que me conhece
Mas...
Não sou mercadoria
A venda...

A luz no fim
Do túnel
Não sou eu...
E não adianta
Olhar para luz...
Sou escuridão
De alguns...
O sonho mal lembrado...
A vontade
De mais...

Eu respiro
Vocês...
E vocês...
Me vivenciam
Todos os dias...

Metade do mundo
Não me vê
Mas estou ...
A outra chora
Por mim todos
Os dias...
Eu estou...

O mundo inteiro
Me odeia...
Me ama...
E eu...
Não odeio...

AMO.



48 - BAR
Autor: Carlos H. Rangel

De beijos em beijos
Bocas
Mundanas...
São tantas...
As cervejas
Matam
A sede
Que não morre...


49 - BEM
Autor: Carlos H. Rangel

Para meu bem
Tudo...
Todo o bem....
Tudo bem???




50 - MULHER
Autor: Carlos H. Rangel

Não amo apenas o corpo
Esse pobre receptáculo
Sujeito aos desabares
Do tempo.
Amo o doce suspiro divino
Que o faz dançar na lida
Desta vida
Individualizado em
Sua beleza impar.
Amo o brilho dos olhos
Estas janelas d´alma
Que me permitem
Ocupar seu peito
E conhecer o ruído
Carinhoso de seu coração.
Amo a manifestação
Inteligente de seus beijos
Comandados pelos neurônios
Experientes
Que sabem reconhecer
Num só instante
Aquele que é seu
Verdadeiro amante.



51 - HOMEM OBJETO
Autor: Carlos H. Rangel

Ela me sorri
Com sua boca
De menina
E sinto seu cheiro
De mulher faminta.
Seus olhos me
Despem atravessando
A música
E admiro os dedos
Limpos sobre o copo.
A cerveja desce
Fácil no calor da noite
E espero o seu
Chamado
Imaginando o som
De sua voz
Adocicando
O rápido currículo
E concordo com
Os tradicionais
Apartes no fim
De cada frase.
O beijo vem
Quase natural,
Com gosto
De sono e cerveja
E me sinto
Em casa
Em seus braços.



52 - ITABIRA
Autor: Carlos H. Rangel

Itabira...
A alma sofre mais
O que sofria...
O brilho da montanha
Vazia...
Combina com o resto
De passado
Que expira.
Canso em suas ruas
Com alma de asmático
E registro as tristezas
Dos exilados
No sopro de passado
No pó do minério...



53 – SILÊNCIO
Autor : Carlos H. Rangel

Depois do Silêncio
O que vem?
O silêncio
Como todas
As “coisas”
Fala...
E fica...
Repetindo
Repetindo
Repercutindo...
O silêncio
Dói
Mas
É um bom sinal...



54 - MULHER
Autor: Carlos H. Rangel

Fujo covarde
Do horizonte
Alargado
Que representa
Revelando pequena
A cratera que me cerca.
Não sou seu
Inimigo
Nem minha terra,
Apenas meus
Passos são
Mais curtos,
Mais lentos
Os ponteiros
Do meu tempo.
Você assusta
A rotina
Desvairada
De meus dias
Com a vivência
Sem fronteiras
Colocando em cheque
Valores assumidos
A tempos.
Meu ritmo
É manso
Como nossos rios...
E correntezas
Podem destruir
Sem deixar
Vestígios,
Esse menino
Que demora a crescer.
Seu cheiro
Ainda povoa
Meu corpo
E meus lábios
Repetem seu nome
Em sonhos...
Mas esse homenino
Medroso precisa
Estagiar em outros mundos
Antes de seguir o seu.






55 - COISAS DE BAR
Autor: Carlos H. Rangel

A sarjeta
Fica ali
No bar
Da esquina
Ou em
Qualquer
Lugar
Onde eu
Possa
Segurar
Um copo
Amarelo
E esquecer
E encontrar...
A mesa,
Meu constante
Travesseiro
Me alivia
As dores do dia
A conversa fora
Não diz nada
E nada importa...

Importa a morena
Do lado...


56 - CORPO
Autor: Carlos H. Rangel

No espaço de um suspiro
Um sonho a mais
Vontade de mais
Um beijo
No sorriso do
Umbigo.
Enquanto as mãos inteligentes
Te acariciam
Com força de boxeador
Com muito amor
Sem nenhum pudor...
No espaço de um sorriso
O gosto de sua boca
Em meus ouvidos...
Vontade de ficar
Entre as coxas e o umbigo
Na eterna morte
Dos vivos...
Enquanto os pés se tocam
Como amigos em balé
Indeciso
E os cabelos se misturam
Como inimigos.
No espaço de um beijo
Um suspiro
Um sorriso
Um sonho a mais
Vontade de mais
Vencida pelo corpo
Incapaz
Esgotado no doce
Calor do amor.




57 - NOITE
Autor: Carlos H. Rangel

Não disse nada...
Apenas gemi ao som
Do primitivo futuro
Queimando uma sexta feira
Como velho místico.
Alguém bate sorrindo
Com os dedos...
É hora de morder
A boca tatuada e esperar
O gosto virgem das cabeças
Masoquistas
sonhando divindade...
Me beija nos olhos
Com o calor de sua sombra
E me deixa morrer
Em seu colo.


58 - PROFETA
Autor: Carlos H. Rangel

Sou aquele
Que disse
O que todos
Queriam ouvir.
Sou eu o que
Fez o que queriam
Ver feito.
Sou o que riu
Do que
Há muito se ria.
Sou o que mudou
O que todos queriam
Ver mudado.
Sou eu o que veio
Mudar
O que há muito
Havia mudado.
Eu sou o profeta
Das verdades conhecidas...



59 - MULHER
Autor: Carlos H. Rangel

Deitada...
O pé...
Sobre a boca
O pé...
Sobre a boca o que vier
No caminho
Seguindo o gosto de mulher...
Encharca os músculos da doce fome
Em maré de fios
Em fios
Em fio...
O gozo
Alívio
Vontade de mais...


60 – NO FUNDO DO CORAÇÃO
Autor: Carlos Henrique Rangel

No fundo do coração...
Por que não?
Por que não agora?
Por que não lá fora?
Por que não depois?

No fundo do coração...
Por que não no passado?
Por que não em outro mundo?
Por que não?
No fundo do coração...
No futuro?
Por que não?





61 – MENINA VIRTUAL
Autor: Carlos Henrique Rangel

Minha solidão de momento

é um tempo...
Um bom tempo para pensar
em meu caminho
e nas coisas que encontro
no caminho...
Vontade de descartar
o que peguei no passado
e ficar com o que encontrei
no espaço...
Minha solidão silenciosa
quase berra por um contato.
E me sinto limitado...
Vontade de tocar
em algo
de beijar algo
de sentir algo...
De ouvir seus
escritos
e dizer
vem:fica comigo
me abraça
me mostra
sua timidez...
Deixa eu te beijar
o braço
como daquela vez...
Minha solidão de momento
só me faz pensar em você.
Meu algo
Minha coisa
Minha menina virtual...


62 - BORBOLETA

Autor: Carlos Henrique Rangel
Como já disse,
"borboleta"
quero te abraçar
com cuidado
para não dobrar suas asas...
Com palavras...
Sinta-se abraçada
pelas minha
pobres palavras...
Sinta-se beijada...
Sinta-se mordida...
(de leve...)
De que cor

são suas asas...
Borboleta?
São azuis...
Tranqüilidade?
São vermelhas...
De revolta?
São brancas...
De paz?
De que cor
são suas asas...
Borboleta?
As minhas...
Tenho asas também...
Não te disse?
Mas ao contrário
das suas,
são um pouco presas...
Só um pouco...
Mas também vôo...
Baixo para ninguém notar...
(quase ninguém)
As borboletas notam...


63 – SORRIA
Autor: Carlos Henrique Rangel

Sorria!
O mundo te ama...
E por que não amaria?
Tão linda...
Tão feliz...
Tão...
Sorria!
Todos te amam...
E por que não amariam?
Tanta paz.
Tanta força.
Tanta juventude...
Sorria!
Eu te amo...
E por que não amaria?



64 - ESPONTÂNEA
Autor: Carlos Henrique Rangel

Quem espera
Sempre alcança...

O namorado
Espera...
O vendedor
Espera..
O assalariado
Espera o salário...
A esposa
espera o marido...

Esperar...
Esperança...

Esperança
No Homem...

Esperança
No futuro...

Esperança
Na paz...

Como disse:
Eu acredito
Em fadas...
E
Espero
Você.





65 - VEM
Autor: Carlos Henrique Rangel

A menina
Disse: Vem...
Eu disse: Quem?
Eu?
Nem!!!

Tenho medo
De quem vem...
Não vou
Com qualquer alguém
Tenho medo de ficar sem...
Vergonha
E gostar de quem vem...
Eu hem...


66 – BH
Autor: Carlos Henrique Rangel

Em suas ruas
Abarrotadas
Ainda sinto
A beleza
Provinciana
De menina caipira.
Não importa
O cooper do pobres
Meninos desocupados
Coitados...
Belo Horizonte
Com cuidado
Pode ser agradável
Para todos.
O coração de mãe
Mineira
Agasalha com carinho
Seus filhos
E espera destes
O respeito
Devido
Para poder florescer
Como um sorriso.



67 – BELO HORIZONTE
Autor: Carlos Henrique Rangel

Em suas ruas
Em minhas noites
Derramei lágrimas
Alcoólicas de homem solitário.
Em suas ruas amei
Desavergonhadamente
As companheiras momentâneas
Com a cumplicidade
De suas árvores, postes e muros...
Em suas ruas esperei
Coletivos noturnos
Sob as chuvas teimosas e frias...
Descarreguei excessos
Amarguei remorsos
E encontrei o carinho
De mãe professora e amante...
Em suas ruas me vi menino
Espremido pelas multidões...
Me vi jovem perdido
Me vi homem espremido e querido
Pelos seus grilhões


68 – SABARÁ
Autor: Carlos Henrique Rangel

Sabará
Sabará
Volto lá
No Carnaval
No festival
Na festa
Que vier.
Sempre
Que der...
Volto lá
Para ver
O passado
Presente
E esquecer
Meu passado
Recente
Num presente
Despreocupado
Ao lado de sua gente...

Sabará
Sabará
Sempre
Será
A Sabará
Risonha
Descontraída
Profana
E religiosa.
Dinâmica
Pérola barroca
Me esperando
Para o carnaval
Ou outro
Ritual...

69 – SAUDADE
Autor; Carlos Henrique Rangel

Que saudade
Do seu sorriso
Tímido
Seus grandes olhos
De dúvida...
Que saudade
De seus beijos...
De tocar seu rosto
Seus braços...
Que saudade
Do seu cheiro
Da sua fala mansa
De sua boca
Tocando a minha...
Quero te ver
Mais vezes
Mil vezes...
Despedir
Mil vezes
Só para te encontrar
Outras mil.


70 - QUE SEJA SIM
Autor: Carlos Henrique Rangel

O que você é
Importa
Sim...
Importa também
O que será...
Fomos ontem
Somos hoje
E seremos mais
Amanhã...
Por sermos dinâmicos
Crescer é nossa meta.
Sempre seremos mais
Um dia depois...
Que bom que seja
Assim...

Te vejo melhor
Cada dia...

Querer importa?
Importa sim.
Saber o que quer...
Mas sabendo com
Sabedoria...
Pagando o preço
Do querer...

Suas mágoas importam
Sim...
Elas te constroem
Te moldam para
Que o futuro seja
Mais feliz.

O que passou importa
Sim...
ele te fez e te faz...
lembrar é bom...
aprender com as lembranças
melhor...

Veja sim...
O mundo
É para ser olhado
Admirado
Apreciado...

Escute sim...
Aprende-se muito
Escutando... Ouvido...

Toque sim...
E sinta ao tocar...
Tocar uma flor...
Tocar uma pedra...
Tocar um amor...
Tocar e ser tocado
Isso é bom...

O mundo é sua
Casa e importa...
Você importa...
E o outro...
Que bom que
Seja assim...

71 - OUTRO
Autor: Carlos Henrique Rangel

Posso ser
Seu “outro”?
Um outro
Quase distante...
Virtualmente
Carnal?
Deixa eu ser
Seu “outro” hoje?
Outro dia?
Posso ser
O seu “outro”?
Perigosamente
Outro?
Ser seu “outro”
Já é um desejo
Antigo...
Um desejo
De que você
Seja...
A “outra”...
Seja minha
Outra e serei
Seu “outro”...
Posso ser seu
Outro?


72 - INVISÍVEL
Autor: Carlos Henrique Rangel
Eu sou seu
Homem invisível
Escondido atrás
Da máquina...
Um homem mudo
De palavras faladas
Mas ditas pelos dedos
Que tocam leve
As teclas como
Se te tocassem.
Eu sou o homenino
Virtual
Que te ama
Em gb
Que se esconde
Cheio de desejos
Diante da tela...
Eu te quero muito...
Mas sei que sou
Um homem
Invisível
Visivelmente
Perturbado
Por esse namoro
Virtual...


73 - CAMINHANDANTE
Autor: Carlos Henrique Rangel

Vou
Caminhandar
Por esse mundo
Sorrindo felicidade
Aos que estão...
No mundo.
Sou caminhandante
Valente
Enfrentando
Sombras
E duendes
E fadas
(tímidas)
Sorridentes.
Vou caminhandar
Pelos caminhos
Conhecidos
Mastigando
Poeira
Dos já falecidos...
Tropeçando
Nas pedras
E “costelas”
Caindo em valas...
Abrindo porteiras...
Pisando
Coisas de vacas
E homens...
Sou caminhandante
Antigo
Com sonhos
Quase...
Caminhandando
Sem destino
Ou objetivo
Subjetivamente
Indo
“onde nenhum
Homem jamais
Esteve”.
Vou caminhandar
Pelas coisas
Dos homens...
As felicidades
Dos homens
Suas festas
Suas danças
Suas músicas
Seus lugares
De morar
Namorar
Divertir
Adorar
Passear...
Sou caminhandante
Teimoso
Com sede de sapiência...
De causos
E comidas
E bebidas...
Degustando
Líquidos ardentes
E fêmeas também...
Vou caminhandar
Pelos templos
Dos homens...
Beijar fitas
Senhoras e Senhores
Pombas, velas...
E andores.
Pisar gramas
Sagradas
E provar
Bentas águas.
Sou caminhandante
Perdido
Amante do
Desconhecido
Desbravador
Do já dito
Carregador
De carrapichos
Mofos
E fantasmas...
Minha carga
Admirada
Se espalha
Pelos caminhos
Caminhandados...
Frutificando
Em terras
Férteis
Desertos e matas...
Vou caminhandar
Por esse mundo
Sempre.
Sou caminhandante
Perdido
Teimoso
Valente
E antigo
Que tem
Como sina
Caminhandar.


74 - CADUCO
Autor: Carlos Henrique Rangel

Meu sorriso
Está caduco.
Repete
Mensagens
Antigas
Pouco decifradas...
Adoradas...
No passado.
Passei...
Já não sei...
Sou jurássico...
O que digo
Nem sei...
Se existo
Ou só insisto.
O mundo rápido
Finge Sabedoria
Rejeitando
O antigo
E inventa rodas
Todos os dias.
Eu quase
Não grito
Minhas angustias.
Os iguais...
Coitados...
São iguais...
Os outros,
A maioria,
Consomem
Velocidade
Sem profundidade
E valoriza qualquer
Novidade...
Meu sorriso
Caduco
Está
Na sarjeta
E espera
Ansioso
Que decifrem
A pedra
Da Rosetta.




75 – CORAÇÃO DE LARA

O coração de Lara
Decora a
Televisão.
A rosa abraça
O suporte
Que suporta...
A moça chora
O cotidiano...
Eu...
Observo
O vai e vem
De vida
E o coração
De Lara
E a rosa...
Semiabera,
A porta
Recebe
O som de gritos
E risos...
A moça reclama
Do cotidiano
De vida.
Eu...
Observo
O vai e vem
E respiro...
Sobre a caixa
O coração
De Lara
E a rosa...
Eu...
Observo
E respiro
O cotidiano
De vida...




76 - PERDA
Autor: Carlos Henrique Rangel

Obriguei-me
A lamentar
O que perdi...

Sofrer a dor
Da perda...
Dilacerar a alma
Egoísta
Em pequenos
Goles de cerveja...

Eu te vi na mesa
Ao lado
E na outra...
A cadeira vazia,
Como as blusas,
Não dizia nada...

O pequeno frio
Do entardecer
Se compara
A frieza de seu
Adeus...

Eu apenas
Me obrigo
A lamentar
A perda
Como
Soldado
Entrincheirado
Na sarjeta...


77 - QUADRILHA
Autor: Carlos Henrique Rangel

Com a filha
De João...
Antônio quis
Brincar...
Brincar de menino
Apaixonado
Como se faz
Com as fogueiras...
E como
Com as figueiras
Se queimou...
Pedro fugiu
Com a moça
Na hora de brincar...
Antônio chorou
A perda
Do brinquedo
Delicado
João que não sabia
Nada
Nada sofreu
Sobre fogueira.
Pedro fugiu
Com a moça...
Pedro não sabe
Brincar...



78 - APELOS
Autor: Carlos Henrique Rangel
Doce ilusão
Do pobre coração.
Amar
Sempre é o perdido
E escorrega da mão...
Sonha-se com príncipes
E princesas.
Cavalgadas
Em florestas.
Castelos e armaduras...
E anões gentis...
A realidade...
Os heróis são barrigudos
E bebem cerveja
E mastigam rotinas
Sorrindo à vida
Comum...
Amar o sem sentido
Deixa perdido
O coração...
O ouvido...
Esse ouve o que
Quer e sofre
A desilusão...
Os príncipes
São sapos
E os anões
Uns bobões.
O herói tem
Rugas e cicatrizes
E gripa ao vento...
Os castelos
são de areia...
E o tempo
É a maça
Que adormece
A princesa...
Doce ilusão
Do pobre coração...




1 - FALAR DE AMOR
Autor: Carlos H. Rangel

E por falar
De amor
Lembra daquele
Filme?
Aquele que
Me inspirou
Para te dizer
Com ardor
Palavras do coração?
Lembra quando
Te dei a mão?
O tremor
A emoção
De ser quase original
Na doce repetição
Do dito em várias
Línguas
Com a mesma entonação?



2 - APENAS UMA MULHER
Autor: Carlos H. Rangel

Apenas uma
Mulher
Eu desejo
No vai e vem
Do meu leito.
Apenas uma
Mulher
Neste momento
Em que a
Intimidade
Exclui amigos
E recebe
Bem a doce
Sonoridade romântica.
Da noite...
Apenas uma mulher
E seu calor
Repetido...
Seu gemido
Conhecido
Ocupando
O espaço
Dos mitos
No peito de
Um faminto...
Apenas uma
Mulher
Eu digo
E repito
Na velha
Fórmula poética
Dizendo amem
Aos céus
A dádiva
Que tenho
Recebido...



3 - PEDAÇOS DE AMOR
Autor: Carlos H. Rangel

Em cada curva
Um pedaço de amor...
A dor
A força da dor
O ser que ama
Na dor...

Um pedaço de amor
Em cada curva
Em cada músculo...
No respirar
No suspirar
Em cada curva...

Um pedaço de amor
Por ti
Por só
Assim viver...

Em cada curva
Em pedaços de amor...




4 - COISAS DE BAR
Autor : Carlos H. Rangel

O Sol ...
Congela meus movimentos...
Preguiça gostosa
Cheiro de cerveja fresca...

Um som semi-distante
Fecha meus olhos por instantes
E eu quase deito sobre a mesa...

Companheiros de momentos
Levantam seus copos
Em cadência
Desordenada
E palavras úmidas de álcool
Passeiam pelos meus ouvidos
Pouco atentos...
A garrafa chora pedindo amigas...
Eu espero...

5 - POR QUE
Autor: Carlos H. Rangel
Porque será
Que seu corpo
Me ama
Como eu
Gostaria
Que você me
Amasse?


6 - SABEDORIA
Autor: Carlos H. Rangel

A sabedoria passeia sobre meu corpo
Mas eu ainda a ignoro em minha vontade
De ser um EU.
Luto ainda
Mordo a injustiça
Sendo injusto...
Grito no vazio
crenças idiotas
Franzindo a testa em quixotices que sei...
Me retraio várias vezes sabendo tudo...
Mas o movimento carnal me arrasta
Para inimizades com o Profundo...
Sei do Rio
O verdadeiro caminho
Mas a corrente perde para minhas braçadas...
E luto por um poder que sei
Não quero...
A sabedoria na simplicidade íntima
Passeia em meu corpo.
Eu ainda sonho com o silêncio
E poder sorrir para as feridas
Da carne...



7 - CONHECER
Autor: Carlos H. Rangel

Meu amor
Me trata
Com carinho
Me diz o que
Quero
Muitas vezes não...
Meu amor
Sabe de mim
Como a palma
De sua mão...


8 - COISAS DE BAR
Autor: Carlos H. Rangel

A juventude grita em mim
Aos goles de cerveja.
Subo nas cadeiras
Beijando seus lábios
Numa audácia tímida...
Não tente entender a cor
Dos meus olhos...
Eles olham
O seu jeito de moça Normal
Com um sorriso doido...

Os cabelos são longos
Mas não me cobre posturas...
Sou novo homem com ódios antigos
E sorriso de recém-nascido.

Lá em baixo
Os desejos são os mesmos...
Não me pergunte se te amo...
Só quero um beijo regado
A pinga com mel...
Amanhã quem sabe,
Agente se fala...


9 - COISAS DE BAR
(Decadente)
Autor: Carlos H. Rangel

Tanto faz
Tanto fez...
Só quero
Beber o que
Cabe deste
Fel
Molhando
Meu cotovelo
Na sarjeta deste bar...

A noite,
Essa bela
Companhia
Me consola
Da monotonia
E eu finjo
Que não haverá
Mais dia...

Nesta fantasia
Me misturo
Aos meus iguais
Enquanto sonho
Com um pedaço
De paz...

Em meio aos ruídos
Confusos
Tento distinguir
Sua voz moça
Quase pura
Chorando suas
Verdades noturnas
E me delicio
Como o desenho
Do seu corpo
Que descubro
Nos passeios
Dos meus dedos...





10 - PLATINA
Autor: Carlos H. Rangel

Minha moça
Tem a cor
Semi branca
Das mulheres
Latinas
E sorri
Com dentes
De platina
Quando feliz...

Este estado
Não é freqüente...
Minha prematura
Esclerose
Lhe deixa infeliz...

Mas é amor
O que sinto
Mesmo quando
Brigo
Mesmo quando
Brinco
E não sei
Viver
Sem esse abrigo.



11- COISAS DE BAR
Autor: Carlos H. Rangel

Entre um copo
E outro
Seus beijos me distraem
Os lábios...
Lá fora as estrelas
Se misturam aos brilhos
Néons da vida artificial...
Meu sorriso de mentira
É a minha resposta
Aos patrulheiros
De plantão...







12 - AMIGO ANTIGO
Autor: Carlos H. Rangel

A imagem no espelho
Reflete o amigo que descobri
E descobri
Ser mais quando me sinto menos...
E descobri crescer
Em minha companhia
Aquele amigo constante
Que sou de mim.

A crescente luta do dia a dia
No andar
No pensar
No vencer passos
Onde mais não se pode ir...
Venci
Andei
Lutei
Com um novo amigo...
Amigo antigo que sou de mim.
E descobri
Ao me ver só
A fazer amigos
Mais fácil
Mais tranqüilo
Mais corajoso
Mais amigo de mim mesmo
E mais disposto a continuar
Na luta pela vida.









13 - AMAR É...
Autor: Carlos H. Rangel

Amar é...
Te encontrar
Em beijos de menino
Te sorrindo carinhos
Em uma sexta feira...

Amar é...
Beber seus lábios
Numa mesa
A dois
Pensando no depois...

Correr as mãos
Em teu corpo
Com fome de você...

Amar é...
Te ter no ir e vir
No ficar depois de ir
Com sorriso bobo
De quem gostou
De ir e vir...

Amar é
Delirar sobre
Teu corpo
Numa enxurrada
De prazer
Num desejo
Ardente
De minutos de êxtase total
De entrega total
De consumo descomunal
No aqui
Deste momento sublime
De contatos de corpos
Liberando desejos
Loucos
Sado-masoquistas
Na fuga cretina
Das patrulhas moralistas...

Amar é...
Te ter em pensamento
No gozo
De belos momentos...



Amar é...
A maré de amor
No depois
O beijo depois
O cigarro depois...
O abraço com frio
Te empurrando um pouquinho
Para ficar mais pertinho
E fingir dormir...



14 - COISAS DE BAR
(Beat-Hippie)
Autor: Carlos H. Rangel

Estou mordendo
Minha língua
Em cada fim de semana
Parecendo beat em pele
De um ser contra cultural...
Espero que meu sangue
Colora muitos caminhos
E destrua a virgindade
Desta gente...


15 - COISAS DE BAR
Autor: Carlos H. Rangel

Alguma coisa
Anda colorindo
Essa caminho...
Que perfume gostoso
O hálito
Desta gente...


16 - SE
Autor: Carlos H. Rangel

Se você me ama
Jogando no dengo
Sua sensualidade,
Me entrega teu corpo
Num martírio louco
De sua virgindade...






17 - AMOR MENINO
Autor: Carlos H. Rangel

Meu amor de menino
É pequenino
Para você...
Mas cresce
Cresce, cresce
Todas as vezes
Que te vê...



18 - COISAS DE BAR
Autor: Carlos H. Rangel

Horas a fio
Mesas cheias
E desejos
E vontades
Sobre o olhar
Dos moços
Que olham
Das moças
Olhadas...
Dos que apenas
Bebem...

Bares cheios
De todos os sentidos
Quase sem sentido
Quase sem razão...
Bares monótonos
Em suas diferenças.
Quase marginais
Quase animais
Em seus desejos...

Cervejas diversas
Diversas vontades...
Sonhos diversos
Vidas quase iguais...

Noite que vara a noite
Chega ao dia
Sem deixar
De ser noite...





19 - HOMENINO
Autor: Carlos H. Rangel

Sou seu menino
Feio
De desejos
Lindos
Esperando
A piedade
De um olhar
E te tornar
Real...
Força feminina
Derrotando
Minha fortaleza
Sensual...

20 - HOMENINO
Autor: Carlos H. Rangel

Sou o homenino
Adolescendo em sonhos
Caindo da cama
E levantando quase rindo.
Aprendendo sempre
Que os dias
São os mesmos sempre
E que o homem muda
Ao sabor dos ventos...

Sou homenino
Amando e odiando
Meu amor
Pedindo colo e chorando
Por mim mesmo
Nas horas dos anjos...

Querendo ser feliz no futuro
Com olhos no passado
Com medo do presente...

Sou homenino antigo
Com antigas crises
Desejos caducos
E rebeldia de terceira idade
Brandindo meus cabelos brancos
Com fome de ser.





21 - EXÓTICA
Autor : Carlos H. Rangel

Meu corpo clama:
Me ama
Deixa eu mergulhar
No quase profundo
Fosso carnal
Essa minha fome
Animal.

Deixa eu lamber
Um pouco do sal
Que te cobre o corpo
E me queimar em
Sua febre natural...
Meu corpo clama
Pelo gozo mútuo
Sem vergonha
Sujando colchas
Lençóis e fronhas.

Meu corpo clama
Me ama
Me arranha com sua gana
Me leva para sua cama
E me faz viver uma noite
Santa ao som
De música profana...








22 - BAÚ
Autor: Carlos H. Rangel

Quase esgotei meu baú
Com você...

Não vou mais falar de amor
Ou de dor para rimar
Com amor...
A dor de amor
É como pequenos
Choques
Mostrando-nos que ainda estamos
Vivos
Dói mas é bom....

Melhor falar de vida
Como diz Cora,
Faz-se poesia
Até com lixo...

Eu faço com sorrisos
Lágrimas,
Pombos
Janelas e flor...
Melhor é ter
Quem nos ouça/ler.
Eu fico aqui
Quase escondido
Brincando de te ver...
Já não sou Homenino
Sou mais velhomenino
Com fome de você...








23 - JÁ
Autor Carlos H. Rangel

Você já assistiu
Mama Mia?
Covades?
Manto Sagrado?
Já viu 2001?
Guerra nas Estrelas?
Perdidos no Espaço?
Nacional Kid?
Já pisou em poça d´água?
Roubou manga?
Traiu a mulher/marido?
Já tomou pinga com mel
E “capeta”, Vodka,
Cerveja e Campari
Na mesma noite....?



24 - ONHAS
Autor: Carlos H. Rangel

O bar me viu de novo
E os meninos pareciam
Quentes de cervejas geladas.
As moças...
Uma me pertenceu
Num beijo cumprido
E eu molhei seu pescoço
Nas várias horas da noite
Sem saber seu nome.
Não lembro a marca
Da cerveja
Nem a música que
Gritava na viola
Da mesa ao lado.
Os vasos e bonecos
Regionais me sorriam
Familiares
E meus dedos
Escondiam seus cabelos
E ela fingia me amar...
O bar me via de novo
E os meninos.
Verdades importantes
Eram ditas
Nas mesas de pedra
E o cinzeiro
Fixo incomodava
Menos que o banco
Sem encosto.
Ela sujava o copo
De baton
E meu rosto
E meu corpo.

O cheiro bom
De mulher
Sempre igual
Em sua diferença...
Eu sonhava com outra
No final da noite...




25 - LEOPOLDINA
Autor Carlos H. Rangel

A Praça
Diz mais
Sobre a bela
Leopoldina.
Na majestade
De sua escola
No brilho
De suas meninas...

A praça e
Seu cheiro
De sorvete...
O clube em
Uma das esquinas....
A pureza das
Suas ruas...
O sorriso
De sua gente...
Leopoldina
Feminina,
Jóia rara
Jóia fina.








26 - Amar
Autor Carlos H. Rangel

A vida continua
Mesmo que as desilusões
Venham criar loucuras na mente
Mesmo que a verdade crie esperanças
E que as esperanças não passem de impulsos
Para viver...
Mesmo que viver se torne amargura
E a amargura a vontade de amar
E amar seja um doce sofrimento
E que o remédio seja o esquecimento
E o esquecimento um remédio não querido
E o querido, o que se sabe já perdido
E o perdido, uma vontade chorar...
A vida continua...


27 - MACHO
Autor: Carlos H. Rangel

Meu macho
Vem devagar
Me acaricia
Com seus dentes
Trilhando caminhos
Conhecidos
Descobrindo caminhos
Novos
Em surpreendentes
Explorações...

O calor de seu
Corpo
Me estimula
Me desperta
E suas mãos
Sobre
Meus cabelos
São mornas ondas
De ternura...

Fecho os olhos
E sinto sua língua
Sobre os meus lábios
E meu sorriso
É quase um gozo
Em seus braços...

No calor da união
Desmancho de amor
E meu macho
Como um cobertor
Me protege o sono.




28 - COISAS DE BAR
Autor: Carlos H. Rangel
A cerveja
Desce bem
Quando estou
Com alguém.

Qualquer alguém
Desce bem
Enquanto o suor
Do copo
Se mantém....

Ao sabor
Das músicas
O desejo
Contido
Se liberta
Sem pudor
Anestesiado
Pelo gostoso
Cheiro de suor
Cerveja
E amor...

Eu finjo que esqueço
Quem sou
E mergulho
Na mentira
Vagabunda
De minha mesa.

Amanhã a cabeça
Dirá o preço da noite
E a cama me terá
Por mais alguns instantes...




29 - O SER
Autor: Carlos H. Rangel

Que venha esse ser
Cheio de pureza
Para embelezar nosso horizonte
Para alegrar nosso futuro
Para estar ao nosso lado
Agora e sempre...
Que venha esse ser
Pequenino
Que se fará
Grande como nosso amor
Por ele....
Que venha esse ser
Para ser apertado
Em nossos braços
Com força
E estar ao nosso lado
Em cada amanhecer.

Que venha esse ser
Sempre
Em sua juventude
Em nossa velhice
Em toda eternidade...


30 - COISAS DE BAR
Autor : Carlos H. Rangel

A cerveja escorre dos lábios
Em forma de sorriso
E finjo alegria
De primeiro mundo
Ao som de mesas sujas.

A menina brinca de dançar
Ao redor das cadeiras
E os moços derramam os
Copos acompanhando
A música.

Na euforia
Não escuto
As vozes da angustia
E do cansaço
Somente o zumbido do
Álcool ecoa no ambiente...

Eu bebo em minha
Homenagem
Sorrindo aos outros
Com jeito de feliz...
O tempo, esse inimigo,
Balança em meus braços...

“Amanhã é domingo
E segunda feira
Ninguém sabe o que será...”


31 - TERRA MINEIRA
AUTOR : Carlos Henrique Rangel

Quero ser Minas Gerais
Na subida das montanhas
Descendo à beira do rio
Me escondendo em seus
Canteiros,
Cantados pelos músicos errantes
Em suas viagens alucinantes...
Na janela da casinha
Nos braços de uma menina
Sentindo o cheiro do mato
Invadindo minhas narinas
Bebendo água da bica
Curtindo minha presença
Natural
Naturalmente sendo
Minas Gerais.


32 - TEMPO DE AMOR
Autor: Carlos H. Rangel

Te amo
Mais a cada
Segundo
Te quero mais
Cada minuto
E morro por você
A cada hora
E me destruo
A cada dia
Pensando em você
Pensando em te ter
Sempre ao meu lado
Em cada segundo
Em cada minuto
Em todas as horas
Do dia.


33 - APENAS UMA MULHER II
AUTOR Carlos Henrique Rangel

Apenas uma mulher
E seu sorriso
De feliz
Que diz
Em cada curva do corpo
Um pouco de muito.

Apenas uma mulher
E muitas mil
Nas emoções e reações
Nas respostas diárias
Várias...
Apenas uma mulher
E muito mais
Eu vejo em seu jeito
De fera nervosa
Raivosa
Gostosa
Esbanjando a força do sexo
Como guerreira orgulhosa.

Apenas uma mulher
Arvore frondosa
De raízes firmes
E emoções ao vento
Alimento
De fomes e desejos.

Apenas uma mulher
E eu mesmo
Sobre os lençóis cobertos
Abertos
Para o que der e vier
No silencio noturno
De nossa intimidade.














34 - BAR
Autor: Carlos Henrique Rangel

O bar
Os ruídos
Do bar
As mulheres
E o Bar...
Minha solidão
É quase
Uma multidão
E se perde no ar.
As mulheres...
As cervejas...
Eu espero
Paciente
O tempo
Passar...

35 - COISAS DE BAR
Autor: Carlos H. Rangel

A garganta
Molhada
De cerveja
Quase não diz nada...
Ouve os ruídos...
O som da vitrola
Os risos...
A mulher
Do lado
Me sorri
E eu a beijo
Com gosto
De cama
E aguardo
O desenrolar
Noturno da trama...
Do carma
Da cama
Da lama...
Lá fora
A noite fria
Cheira a realidade
Eu me finjo
De feliz...






36 - VOCÊ
Autor: Carlos H. Rangel

Você...
Não te vejo
Em ninguém
Em que me obrigo
A ficar...
E fico por gostar
Do doce perfume
Feminino...
Mas não é VOCÊ...
Eu não sei outra coisa...
Só sei VOCÊ...
Nenhuma cor
De mulher
Nenhum beijo...
Me faz esquecer
VOCÊ.
Todas as belezas
Mundanas...
Você eu penso
Nos instantes...
Naqueles mais
Íntimos...
VOCÊ eu sinto falta.
VOCÊ eu amo
No corpo,
No amor
Do momento...
No momento
Da dor de
Quem gosta
De gostar
E sofrer
Pensando
Em VOCÊ.















37 - MADRUGADA
Autor: Carlos H. Rangel

Nessa madrugada
minha alma parece uma metralhadora disparando poesias
para te preencher o dia...
Minha moça virtual...
já não consigo viver sem te escrever
e você some
e eu te ligo...
Finjo um dialogo contigo...
Te jogo letras borrifadas de cervejas do passado...
E espero suas palavras ...

Não quero dizer mais nada...
As palavras... São perigosas lâminas
que podem acariciar e ferir... (Não necessariamente nessa ordem)

Apenas te deixo.



38 - TOQUES
Autor: Carlos Henrique Rangel

Olha,
Feche os olhos...
Fechou?
Minhas mãos tocam
Seus cabelos...
Sentiu?
Estão no seu rosto agora
Seguram suas faces...
Sente meus lábios?
Eles beijam seu rosto...
Seus olhos...
Seu nariz...
Sua boca...
Abra a boca...
Deixe que te sinta...
Que te veja
Por dentro...
Deixa...

Me sinta
E deixe que te sinta.
Me abrace
Assim... Forte...
O seu calor...
O seu calor...
Sinta o meu corpo
Te completando...
Minhas mãos...
Deixa deslizarem
Sobre sua pele...
Sente?
Sinta meus dedos
Brincando em seu ombro...
No tronco... Na cintura...
Deixa meu calor
Se unir ao seu...
Agora...
Agora me beije
Nesse abraço...
(...)
PRONTO!
ESTÁ BOM ASSIM.





39 - NOITE
Autor: Carlos H. Rangel

Meu amor
Com os lábios
Molhados
Te peço
Tire a peça
E me enlace
Com suas pernas
De cascavel
Mordendo o que
É meu
Transformando
Em seu.
No suor da noite
O sal da carne
É um doce perfume
E te sorrio com dentes
De vagalume
O cansaço de amor.
Nos beijos de boa noite
E nas mordidas ilegais
Te pelo mais
Até o calor do Sol...








40 - OURO PRETO
Autor: Carlos Henrique Rangel

O bar na
Cidade rouca
De inverno...
Eu bebo
Um vinho quente
Em sua homenagem
Há cada minuto
Há quase duas horas
E penso na cama
Quente de você.
Sonho inconfidências
Confidentes
De menino libertário
Imaginando formas
De amar.a distância...
A chuva molha
As velhas casas
E me sinto
Um Dirceu
Sem Marília
Embalado por
Um rock antigo.
O vinho quente
Está frio...


41 - IDENTIDADE
Autor: Carlos Henrique Rangel

Não é bem
Assim
O meu jeito...
Sou mais
Do que
Se vê em
Foto três por quatro.
Sou tridimensional
Nos meus atos...
E a verdade
Está no tempo...
Menina,
Está na alma
No sorriso
Nos olhos
E basta tentar
Entender que
Não é bem
Assim o meu
Jeito de ser...
Sou melhor
Na ignorância
De viver...
Sou homem-menino
A crescer no
Dia a dia
Do viver...
Sou você
Ou quero ser...
Espera para ver
E reconhecer
Que não é
Bem assim
O meu jeito
De ser...




42 - MULHER
Autor: Carlos Henrique Rangel

Menina,
Se te chamo
Amor
Na timidez
Das palavras,
É amor que
Sinto de corpo
E alma...
Maluco pelo
Teu ser...
Imoral no querer...
Sonhando
Mordidas
Sobre o lençol de estrelas,
Salgando a língua
Com o seu doce
Sabor de mulher.
Delirando em
Seu calor
De fêmea no cio.
Menina,
Se o macho animal
Te assusta,
Sorria
Não se fere
A virgindade
Nos jogos de amor.
Depois...
Só quero
Me deitar
A seu lado
E fumar
Um cigarro
Imaginário
Segurando
Sua mão...



43 - NOITE II
Autor: Carlos Henrique Rangel

A noite
É uma piada
E eu rio
Sendo
Um personagem
Na lama...

No líquido amarelo
Afogo
Toda minha
Risada.
A mulher do lado
Pode ser um atraso...
Eu adoro
Repetir ano...


44 - JEITO
Autor: Carlos Henrique Rangel

Quero te ver
De outro
Jeito
Se houver
Outro jeito...
No escuro
De uma esquina
Num bar
Ou uma piscina
No mar...
No olhar...
No toque
De mão
De menino...
No beijo
Conhecido
De antes...
No segredo
De nossas noites...
Nas caricias
De velho amante...
Quero te
Ver de outro
Jeito...
Se houver
Outro jeito...



45 - HOJE
Autor: Carlos Henrique Rangel

Você é única...
Hoje.
Amanhã
Meu amor
Como um refrigerante
Estará saciando
Outros corpos
Com a mesma singularidade inebriante...
Se te amo?
Sim,
Só por uns instantes...
No gozo dos nossos beijos
De amantes...
Nos carinhos
Das palavras
Quase originais...
Meu amor,
Não queira ser
Dona do meu peito,
Na reforma agrária
Empreendida no meu coração
Reservei um cantinho
Para a nossa ilusão...
Feio...?
Não ...!
Não sou este homem
Feio sem paixão...
Esqueceu?
Dentro deste corpo
Bate um coração...









46 - SÁBIO
Autor Carlos H. Rangel

Eu não sei...
Quem sabe?
Quem sabe do mundo?
Quem passa
O que passou?
Os fios brancos
Contam histórias
E as rugas
Revelam
O que foi
E o que deixou
O que foi....
Sábio o que
Houve a sabedoria
Dos guardiões
E deixa fluir
A tradição.
A continuação
Depende da transmissão...
Existe força
Na voz fraca
Do velho corpo.
Aconchega
Os ouvidos
Na doce canção
E permita
A construção
Do novo
Sobre velhas
Raízes...
Sábio o que houve
A sabedoria
Dos guardiões...
















47 - VISÃO
AUTOR: Carlos H. Rangel

A cor
Os olhos.
A cor da cor
Nos olhos de quem
Olha...
Olhos em cor
Cores em olhos
Que olham
A cor...

  CURIOSIDADES: Um discípulo perguntou a seu mestre: "Mestre como é a vida após a morte?" O mestre calmamente respondeu: "Nã...