sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

CONTO: SOLIDÃO

SOLIDÃO
Autor: Carlos Henrique Rangel


1

Um carro. A buzina do carro. Um pequeno susto do rapaz cabeludo regado a respingos de cerveja. Ele sorriu sem graça correndo os olhos pelas mesas vazias. As horas no braço diziam o tamanho do atraso, um tempo a mais para reflexões. Concessão à solidão voluntária de um eterno melancólico.

A definição, de sua autoria, prevalecia há uma década em cumplicidade freqüente com várias marcas de cerveja. A menos querida da época, uma rebeldia inconsequente contra a coletividade. A solidão talvez fosse uma defesa contra si mesmo. Contra um certo animal suicida que o envolvia com pessoas extremamente populares, entorpecidas pôr uma alegria vulgar. Este era o caso no momento. A moça era linda, de um sorriso de criança, quase santo. Dizia asneiras com a facilidade respiratória, com a consciência de marxista ortodoxo. Seus beijos eram ardentes, recheados de abraços carinhosos.

Ele gostava.
Das asneiras nem tanto. Dos carinhos, só até o ponto do orgasmo, quando a solidão interior ressurgia recheada de saudades das adolescentes satisfações individuais.

Ele lhe dizia poesias que ela achava suas, batendo palmas lacrimejantes. Ele sorria ou quase isso. Tentavam conversar sobre o dia a dia . Os puireis casos familiares, as intrigas pouco sérias dos locais de trabalho. Ele quase achava que era igual a ela. Uma ilusão passageira. No fundo prevalecia o “chato”, o eterno infeliz acompanhado da pior cerveja.

O garçom trouxe outra e encheu o copo. Ele bebeu um pouco enquanto observava a ocupação ruidosa da mesa ao lado. Gritavam bobagens naturais de garotos em fim de semana, um passado que não enriquecia seu curriculum. Seus trinta anos lhe pesavam como cinqüenta e as brincadeiras juvenis feriam seu tempo.
Ela chegou sorridente distribuindo cumprimentos aos garçons, atrapalhando- lhe o cabelo e se sentando ruidosamente. Ele fingiu um sorriso, deu-lhe um beijo profundo e se irritou com as arestas salgadas de euforia que lhe feriram o paladar.

- Demorei porque a Beth... Sabe a Beth? Aquela ruiva? Pois é, a Beth me segurou um pouco numa loja. Mas aqui estou lindinha para você. – Disse ela eufórica.
- Tudo bem. Não foi tanto assim. - Resmungou ele enchendo o copo trazido pelo garçom.

- E ai, me conta como foi seu dia . - Pediu ela quase mecanicamente olhando distraidamente para os lados.

Ele contou tentando colorir um dia sem brilho de um bancário insatisfeito. Tirou do bolso um cigarro. Deu algumas tragadas e o jogou ao chão.

- Fiquei com saudades... Quase te liguei... - Disse ele mentindo.
- Porque não? Eu ia gostar. Gosto quando você liga. Sua voz me alegra, ajuda a levar o dia - disse ela acariciando-o.

O beijo foi bom. Ele mergulhou em torpor conhecido, sentindo, digerido e se anulou covarde adiando o inevitável... Amanhã talvez, quem sabe...




2


O carro freou cantando sua música e os dois pularam assustados para o passeio.
- Merda! Viu só... Quase nos pegou. Essa porra de cidade...- Reclamou o rapaz.
- Calma... – Pediu a moça.
    - Calma! Olha, não sei o que você vê nisso aqui, porque não quer ir comigo?  - Perguntou o rapaz.
A moça jogou o cabelo para traz pensativa. Deu alguns passos e o esperou.
    - Eu nasci aqui. Gosto daqui. Você não entende? Tenho meu trabalho...
– Justificou a garota.
- Mas você pode estudar lá, basta querer, quem sabe na mesma escola que eu... Parece que não gosta de mim... –  Tentou convencer.

Ela gostava. Mas gostava também de se mesma. Tinha seu ritmo, mais lento que o dele, calmo como uma brisa. Ele era um furacão acadêmico correndo atrás de títulos, um canibal do saber.

Ela se contentava em ser uma provinciana de cultura mediana, com a ambição de passarinho.

Ele tremia com a febre dos que querem abraçar o mundo e a Lua e depois o Sol.

Ela queria o sossego de um banco de praça ao som de pardais e o calor de um Sol da manhã.

Ele acordava cedo e digeria livros no café da manhã e redigia textos em línguas diversas.

Ela fazia oito anos de uma calma rotina profissional. Degustando cada dia de seu mundo igual.


Ele possuía um grande curriculum e uma carteira profissional abarrotada de experiências gratificantes mas ainda insuficientes .
- Uma cerveja. – Resmungou a moça.
- O que?
- Vamos tomar uma cerveja. – Repetiu.
- Ora não desvia o assunto. Dê-me apenas uma razão para não querer
  ir.- Pediu ele.
- Te dei várias. – Respondeu ela.
- Me dê uma séria.
- São todas sérias... Para mim...
- E para mim? – Perguntou o rapaz.
- Para você a eterna insegurança do infinito.
- Quero mais. Quero você.
- Você quer demais... Porque não menos? - Pediu ela.

Ele tentou sorrir. No momento queria uma cerveja. Pararam em um bar e pediram.
- A sua saúde.
- A sua .
- Pode ser a nossa...

Ela riu. Bebeu uma pequena quantidade do líquido e chorou.
- Você é diferente.
- Somos diferentes.
- Queria que fossemos iguais.
- Queria ser como você... Mas não sou...
- As cidades são iguais.
- Então fica... – Pediu a moça.
- Então vem... – Retrucou o moço.
- Não posso, não sou como você.
- Sim. Não é...
- E o amor?
- E o amor...

Os dois choraram. Lá fora uma chuva fina caia apavorando a rua. Uma menina aproxima vendendo rosas...


3


O carro passou a uma boa velocidade. Ele achou bonito o motorista mas ele não parou. Ajeitou a saia e sorriu intimamente. Lembrou-se do parceiro da noite anterior, o de olhos azuis. Sentiu vontade de vê-lo novamente. Achava que não veria mais.

Rodou a bolsa como uma moça. Não era uma moça e sabia disso. Uma colega cruzou o seu caminho. Não parou. Uma inimiga. Tão velha quanto ele. Tão infeliz quanto ele.

Em outros tempos muitos parceiros, muito dinheiro, alguns amigos, alguns amores. O hoje era quase uma solidão.

- E aí boneca - cumprimentou o Pipoqueiro sorrindo com os limitados dentes.
- Não sou boneca - Disse ele irritado.
- Claro que é - Riu  o Pipoqueiro.
- Já fui.
- Deprimida?
- Um pouco.

O Pipoqueiro lhe passou um saquinho amigavelmente. Ele aceitou e sorriu triste.
- Não pintou ninguém hoje?
- Ainda não.
- É cedo...
- É tarde...
- Ainda não vendi nada. Vou vender...
- Vendi muito. Não vendo mais... Quase imploro.

Ele riu. O Pipoqueiro também.
- A concorrência é grande...
- E a experiência não conta?
- As pipocas são boas quentes. - Lembrou o Pipoqueiro abaixando a cabeça.
- Há alguns anos eu era a quente.
- E tem que ter sal.
- Eu tinha sal... E doce...
- Os saquinhos limpos...
- O pouco dinheiro não permite renovar o guarda-roupa. -Disse ele mostrando a meia rasgada.

O Pipoqueiro pousou o pé direito sobre o banquinho e olhou para o Céu.
- Essa chuva atrapalha - Disse o Pipoqueiro.
- É, a chuva atrapalha.
- No frio vendo bem.
- No frio me dava bem.
- Aposto que sim - Riu o Pipoqueiro.
- E a namorada? - Perguntou ele desviando o assunto.
- Terminamos. Queria casar... Não posso casar.
- Que pena... Eu casava sem poder - Disse ele.
- A vida é difícil a dois...
- É difícil a um.
- Essa chuva atrapalha. - Repetiu o Pipoqueiro. Ele riu. Lembrou-se novamente dos olhos azuis. Ele estava bêbado, não volta mais.
- Ainda é cedo - Disse ele.
- Eu sei - Concordou o Pipoqueiro.
- Te vejo depois - Disse ele se afastando.
- Boa sorte.
- Boa sorte...

  


4


O carro parou em frente ao barzinho. O rapaz que desceu se dirigiu ao balcão objetivamente e logo depois saiu com um maço de cigarros.

Ele viu o rapaz sair e pensou na vontade de ter um carro. Um pensamento rápido nada mais. A mesa estava cheia. Meia dúzia de quase amigos. Falavam de política, de rock, das duas coisas. Comiam batatas com cerveja ao som de Raul Seixas. Ele bebia pinga e cerveja e tentava conversar com todos... Transmitir posições, omitir opiniões... Eles eram iguais em suas diferenças e para ele pôr enquanto bastava que assim fosse.

- Então você concorda?
- Claro que concordo - Respondeu ele. Sempre concordava. Uma atitude conciliadora utilizada para manter companhias. No passado dizia o que pensava e defendia abertamente suas posições numa agressividade animal que afastava os companheiros. Demorou em compreender que os poucos convites às reuniões eram devido a sua pouca flexibilidade intelectual.

Ele gostava de beber e brincar de ser feliz nas noites de sábado. Eles também. Ela mais que todos. Usava uma cadeira de rodas para se locomover. Não era bonita, até feia. Fingia alegria como atriz.

Alguém sempre a ajudava nas inevitáveis idas ao banheiro e enquanto todos iam, ela ficava sempre até o final.

Aquela noite ele ficou com ela até o final. Conversaram mais, se conheceram mais.
- É tarde.
- Eu te levo.
- Meu irmão sempre me leva. Hoje foi embora mais cedo.

Saíram do bar e ele sentiu o efeito do álcool quando empurrou a cadeira de rodas. Lamentou a Falta do irmão. Lamentou ter ficado até àquela hora.

A noite estava fria e o caminho distante era uma peregrinação forçada para ele.
Ela estava se sentindo só e freou a cadeira.
- Vem cá.
- O que quer?
- Um beijo - Ele não soube explicar porque a beijou.

Ela quis mais o puxando para bem perto. Ele queria lutar, dizer coisas, mas
o desejo se manifestava em sua força alcoolizada.
- Oh moça, vamos embora.  -Disse ele voltando a sua posição empurrando a cadeira na solidão da rua.

Mais alguns metros e ela freou lhe querendo.
Ele riu para se mesmo e empurrou a cadeira para uma solidão mais sólida. Abaixou as calças numa atitude agressiva e quis que ela o beijasse. Ela não quis. o difícil jeans dela lutou alguns minutos e ele a tocou com desejo.

Ela se desmanchava lasciva. Ele lutava para se equilibrar no veículo numa alegoria ridícula, brigando com  o frio, com o medo e o amor próprio.

O gozo não foi gozado... Pôr nenhum dos dois.
Ele a deixou no apartamento dos pais ainda chorando. Não disse nada. A desculpa viria quando a ressaca passasse em algum outro encontro do grupo. A noite continuava fria. Ele quis beber alguma coisa...





5

O rapaz ouviu a buzina e se assustou voltando à realidade. O poeta bebia seu café frio na mesa ao lado. No outro lado, um jovem casal se tocava. Ele bebia sua terceira cerveja em meio a papéis rabiscados, uma rotina de três anos de quase alcoólatra. O bar era uma semi-casa. A casa um dormitório.

O poeta lhe sorriu mostrando um papel entre papéis e se levantou para lhe alcançar.

     - Na secura das palavras a umidade das lágrimas... – Disse mostrando o poema.

O rapaz sorriu ao ler o frio poema de um solitário. Todos os dias a mesma rotina noturna. Eram pseudo-amigos, trocavam impressões poéticas à distância, mesas separadas, vidas separadas. Distantes...

O rapaz fugia às desilusões passadas. Bebia sua vida sentado em sua mesa.
A mesma... Uma companheira tão fascinante quanto as cervejas. Quase sempre eram horas solitárias. As vezes uma companhia feminina desgarrada rompia sua rotina e ele acordava para os prazeres sensuais em uma cama de motel.

Às vezes, não parecia tão só, tantos eram os que sentavam em sua mesa: intelectuais de esquerda, Dons Juans vagabundos, drogados alienados... Ele esquecia sua solidão brincando de ser feliz. A rotina, no entanto era os papéis rabiscados, a cerveja semivazia e o companheiro poeta da mesa ao lado.

As vezes escrevia também. Poemas sobre a sua vida de boêmio. Suas mulheres passageiras. Suas passageiras companhias.

O poeta gostava do seu estilo e mostrava as suas lembranças do tempo que não bebia café. Falava dos drinks, das cervejas, dos livros publicados, da decadência alcoólica, da descoberta do café e a salvação.

Tudo era como uma lição, uma advertência para o futuro. O rapaz sabia e esperava. Esperava que ali naquele bar, em uma noite qualquer, uma mudança acontecesse para romper a rotina. Uma mudança em forma feminina, uma paixão...

O amigo poeta à distancia sabia e esperava.
O rapaz bebia sua cerveja entre papéis e rabiscos e esperava.



6



Ele parou o carro em frente ao prédio. O cigarro girou no ar como uma estrela e ele desceu.
O elevador parou no andar desejado e as muitas vozes da festa lhe receberam quando entrou.
- Demorou.
- Só um pouco. - Disse olhando ao redor.
A moça lhe sorriu com um beijo e o abraçou. Ele pegou o copo de cerveja e digeriu um pouco do líquido.

Um cheiro de canabis envolvia a música na semi-escuridão da sala.
- Vem, te apresento gente.

Ele concordou. Sentou-se junto a um grupo de dez. A moça se foi e a outra a seu lado lhe sorriu com o cigarro. Ele fumou e deixou que outros fumassem.
- Já te vi antes.
- Provavelmente. - Disse ele.
- em um bar...
- Freqüento muitos bares. – Respondeu.
- Com uma moça.
- conheço muitas moças.

Ela sorriu e seus cabelos loiros brilharam com uma luz suave. Ele se recostou na parede e fechou os olhos tentando se lembrar da companheira da noite passada.
- Marta.
- Como? – Perguntou ele sem entender.
- Meu nome.- Disse a moça.
- Paulo.
- Eu sei. - Disse ela pegando em sua mão. Ele não se assustou. A mão macia era igual a muitas.
- Gosto desta música
- Gosto de muitas músicas. - Respondeu ele.
- Vamos dançar?
Ele concordou. Dançaram apertados juntos com muitos. Ele sentiu o suor  e uma leve tontura. Ela sorriu e o abraçou. Ele a beijou. Uma boca igual a outras bocas nem melhor nem pior.
- Te quero. - Disse ela em seu ouvido.
- Também. - Disse ele sem pensar. A rapidez da conquista não o entusiasmava.
Beberam, mais. Fumaram mais. Beijaram-se mais.
- Há um quarto encima.
- Eu sei.
-         Sei que sabe. - Disse ela rindo. Subiram as escadas sem muita pressa. Ele corria as mãos sobre o corpo jovem e não sentia nada. Ela estava bêbada e sorria abobalhada. O gosto de cerveja estava em seus cabelos e ele sentia sede.

O quarto estava vazio e ela entrou pulando como uma garotinha.

-         Desejo-te tanto que danço. - Disse ela segurando a saia longa.

Ele sorriu sem graça e acendeu um cigarro.
Ela tirou a blusa e quis que ele  dançasse. Ele tentou.
- Em meu sonho você me deu muito prazer. - Disse ela  em seu ouvido.
- Me conhece então? - Perguntou ele.
-Em meus sonhos.
- Eu não sonho.

Ela não o ouviu e o ajudou a tirar a blusa. Ele beijou os seios e o pescoço e a boca.
- Eu amo você pôr você estar aqui. - Disse ela.

Ele não disse nada. Sentou na cama e começou a tirar o sapato. Ela dançava como uma bailarina.

- Estou feliz... Amo ser feliz.

Ele não estava feliz. A cabeça doía e a sede lhe secava a língua.

- Me dê um beijo - Pediu ele.
- Te dou mil. - Disse ela pulando em seu colo.
Ele se sentia doente com vontade de casa. Ela estava eufórica, louca de  amor.

As roupas voaram e ele a jogou sobre a cama.

- Me cobre de amor. - Pediu ela com os olhos em lágrimas.
    -      Te cubro - Disse ele deitando sobre ela.

O amor louco arranhou-lhe as costas. Ela gemia alto frenética mordendo seu rosto com fome. Ele tentava entender e suava com medo.
Quando veio o gozo ele caiu para o lado. Ela não se mexia. Ele se levantou tonto e a observou.
Ela não se mexia.

    - Menina. - Ele chamou. Ela não respondeu em sua quietude. Ele se levantou e lentamente vestiu suas roupas.

A cabeça doía. Tinha sede e lamentava ter saído de casa aquele dia.
Um vazio enorme corroia seu peito. A menina parecia dormir. Ele parecia dormir... Pôr dentro.

A música subia as escadas enquanto ele descia a mão sobre o rosto branco da garota nua sobre a cama.

    - Foi um sonho. - Disse ele. Ela não se mexia.

Ele se levantou e com um cigarro nos lábios saiu do quarto.

Lá fora, a música, a bebida e a escuridão envolviam em sombras um grupo de jovens. Ele lamentou ter saído de casa aquele dia.






7


O carro passou luminoso pelos raios de Sol. O rapaz sorriu ao imaginar uma cor real. Só ele parecia renascer com a estrela, como uma cor nova.

Há dois anos só, encontrara o amor. Não o amor de um sorriso passageiro ou sexo gratuito de uma conquista sensual ou um beijo amigo um pouco mais atrevido. Não. Encontrara o amor naquela madrugada chuvosa, quase triste.

Ela apenas lhe sorriu. Ele pensou em nada, mas sorriu menino que era em seus quarenta anos.

Achou que era pouco. Mas o aproximar mostrou que era mais.

A fala mansa, o jeito de quem quer lhe lembraram momentos passados quase iguais. Eram diferentes pelas diferenças.

Beijaram-se após as palavras e continuaram. O toque era quase como a visita aos céus se ele os conhecesse. Quase como o amor antigo, mais belo que este.
Não fizeram amor. Mas era como se o fizessem. Não disseram amor. Mas as palavras nem sempre dizem tudo...

Quando se olhavam, era como se o mundo estivesse e não estivesse...

No entanto, quando se abandonaram era como um poço sem fundo de um tremor interrompido. De dor doida e indefinida. Estava só e a solidão lhe pedia mais do amor encontrado, ao antigo nada comparado. Como se amores houvesse mil. Ele, apenas um preso ao conhecido se deslumbrava com a possibilidade de mais, mesmo que o mais significasse menos no futuro.

As cores do mundo lhe sorriam no amanhecer e a tristeza das dores passadas era apenas passada. Como os passos que sempre ficam para traz, o passado e suas dores estavam cada vez mais distantes.

Um novo mundo renascia na claridade. Novas possibilidades, horizontes a viver. Quando finalmente se deitou na velha solidão de seu quarto, este não lhe parecia tão só.

O dia que não veria destilava amor...

No final da noite a solidão permeava milhares de corações desiludidos. A salvação, um sonho de muitos, acontecia sempre para alguns...


                                              Fim


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