sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

261 - DO LADO
Autor: Carlos Henrique Rangel

Quem é você
A meu lado,
Que brinca
De me amar?
Sou seu Homem-Objeto
Que quase não se faz notar.
E você não se mostra,
Apenas me usa
Quando o seu canto
Fica pequeno.

Não tem problema,
O meu lado te cabe
e te preenche.
Sou seu Homem-Objeto
E existo para
O seu prazer.

E o meu...
Também eu
O tenho
E você não vê...

Mas quem é
Realmente você?
Seu canto esquerdo
Avança sempre sobre
O meu canto à direita...
Não há o que temer
Guerreira invasora.
Domina o que é seu...
Use e abuse
E depois retorne
Aos seus domínios.

Mesmo assim,
Em tantas idas e vindas
Não sei quem é você...
No meu canto
Tento decifrar
O enigma
Sonhando
Com outra noite
De prazer.
(Para Rosângela minha esposa)


262 - PROCURA-SE
Autor: Carlos Henrique Rangel

Procura-se um coração partido,
destruído, ferido.
Perdido após insana briga.
Pede-se a quem encontrar
que lhe dê guarida
E cuide das feridas.
Não oferece perigo.
É manso e carente
E só pede amor.
A idade inspira cuidados
Mas ainda é forte
Suporta bem a dor.
Dê-lhe um canto
Em seu peito
Leve-o a passear.
Deixe que se acomode.
Dê-lhe o que pode dar.
Ele não vai cobrar.
Aprendeu com a vida
Que não se compra afeto...
É necessário conquistar.
(Também essa é para você mulher que está comigo há 12 anos)

263 -LOURA OU MORENA
Autor: Carlos Henrique Rangel

Entre a loura e a morena
Escolhi a morena.
A que me sorria
Como encantada
Pelo poeta de branco.
Entre a loura e a morena
Caminhei em ruas trêmulas
Para me salvar em mesa Morena.
E derreti bobagens vadias
E sussurrei minhas mentiras
E ela aceitou.
Me amarrou pelo pescoço
E me levou.
Me fez seu homem
E me encheu a casa.
Entre a loura e a morena
Fiquei com a que brilhava
A que hoje me ilumina  vida.




2 comentários:

  1. Obrigado, Fran.
    Quantos poemas caberiam em uma postagem?
    Quantos existem dentro de mim que teimam em saltar em folhas amassadas ou telas virtuais?
    Escrever é como respirar...
    Eu respiro.

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