segunda-feira, 30 de julho de 2018

1398 - SOBREVIVER

Lembrando o poeta Cacaso...

SOBREVIVER
Autor: Carlos Henrique Rangel
Há momentos que esquecer
É a única forma de sobreviver.
Os que foram são lembranças
E vem a dor...
São muitos os que me deixaram
E somente os sei em fotos amarelas
E objetos que os dizem.
Desfilam em minha memória
Os que abandonaram esse mundo.
E sofro a solidão dos que ficaram.
São muitos os sorrisos
Que não vejo.
Quem contará suas odisseias?
Um dia também eu serei lenda de alguém
Amarelado em retrato na parede.
O tempo é meu carrasco.
Esquecer a dor
É a única forma de sobreviver...
Avô Vespúcio morreu...
Tio Ailton morreu...
Tia Zélia morreu...
Vó Mocinha morreu...
Vó Maria morreu...
Vô Ataliba morreu...
Tio Miltinho morreu...
Morreu Vó Carmem.
Tio Lipinho...
Tio Toninho...
Tio Cilas...
Tio Otaviano...
Tio Jairo...
Morreu Tia Maroca.
Morreu Tia Zaíra...
Tia Adalzira morreu...
Madrinha Eliana morreu...
Pedrinho morreu...
Morreu Tia Eunice.
Morreu Tio Roberto.
Morreu Tia Mariinha...
Tia Zairinha...
Meu Pai morreu...
Um pouco de mim
Com todos eles.

sábado, 21 de julho de 2018

1393 - A MOÇA DAS ÁGUAS

A moça das águas: 
A imagem pode conter: atividades ao ar livre e natureza

















"Diz a lenda, que um casal de jovens apaixonados adorava observar o nascer do Sol do alto da montanha...

Arriscavam chegando bem na beirada da rocha para admirar melhor a bela paisagem. 

E então, aconteceu o que não era esperado. 

A moça, mais sensível à bela imagem se distraiu. 

E escorregou. 


O jovem, prontam
ente a puxou para a salvação mas não conseguiu salvar a ambos. 
Caiu. 


A moça desesperada assistiu o fim de seu amado e chorou.. 

Tanto chorou que suas lágrimas banharam as pedras assassinas e se transformaram na cachoeira imprimindo na descida, a sua imagem de moça infeliz. 


E assim, se eternizou na montanha o lamento de ausência. 

O fim trágico daquele amor." 

                                                                                                   (Proteus).

quarta-feira, 18 de julho de 2018

1391 - SILÊNCIOS

Há silêncios ruidosos que martelam, martelam... 
Ditam coisas e não-coisas... 
Há silêncios que tremem o corpo e forçam soluços...



sábado, 7 de julho de 2018

1384 - PAIXÃO


1382 - EVA


EVA

“E a mãe de todos,

Singela mulher

Nunca soube de sua eternidade.

Dos confins da África gerou seus filhos

A conquistar o mundo.

Dezoito filhas, matriarcas-Evas

Se tornaram as mães.

E Eva não soube, nunca pode...

Que seria mãe de tantas cores e raças...

Nunca soube ou pode saber

Que seus filhos aos milhões

Domariam o mundo

E se digladiam banhando seu sangue

Em toda a Terra.

A simples mulher especial

Se fez maior, primordial...

Imortal.”                    

                                                    (Proteus).

1383 - O MELHOR DE MIM


quarta-feira, 4 de julho de 2018

1380 - CONFIANÇA

CONFIANÇA

"Não confio em mim.
Já me trai algumas vezes e me odiei...
Tivemos brigas homéricas...
Vexame na sarjeta...
Bebedeiras ciumentas...
E quando nos separamos exigi pensão total...
Quase me fali."

                                                               (Proteus).

terça-feira, 3 de julho de 2018

1379 - FIM DO MUNDO

FIM DO MUNDO
"O fim do mundo fica logo ali
Na esquina do meu quarto
Onde me afogo entre travesseiros...
A noite se torna uma tortura de sons e silêncios
E o sono se esconde entre farrapos de memórias...
O fim do mundo fica logo ali no canto escuro do corredor.
Lamento a insônia e ligo o computador...
Toda essa tecnologia não salvará o mundo...
O seu fim fica logo ali na rachadura do asfalto...
Uma tímida luz assusta a noite...
O Sol é a pílula do dia seguinte
Com gosto de ressaca..."                      (Proteus).


  CURIOSIDADES: Um discípulo perguntou a seu mestre: "Mestre como é a vida após a morte?" O mestre calmamente respondeu: "Nã...