239 - Angustia Poética
Autor: Carlos Henrique Rangel
Não sei menina...
Quase morro de angustia por não conseguir
Passar certas coisas que estão guardadas aqui.
Meu peito quer pular e minha alma berra batendo asas...
Mas falta alguma coisa...
Queria inventar uma linguagem que dissesse tudo o que penso...
Como gostaria de criar uma poesia com odores e lágrimas...
Como gostaria de escrever um beijo eterno
E abraços que não se desfazem...
Como gostaria de mastigar poemas em praça pública
Qual rosquinhas de amor.
A vida para mim é como a casa da bruxa da estória de Joãozinho e Maria...
Quero devorá-la com sofreguidão e berrar pétalas de rosas...
Mas como?
Como seria?
Como traduzir o que só existe no mundo dos sonhos
Ou nos reinos das fadas?
Transformar em palavras o gosto do beijo da pessoa amada?
Como descrever com cheiro e textura
O que habita um coração apaixonado?
Como colorir o som de um luar?
Como dizer sem dizer?
Ou,
Sem dizer,
Dizer tudo?
Não sei menina...
Quem sabe um dia,
No fim do caminho.
Ou quando a tinta se esgotar
Não arranharemos as páginas com a exposição do mistério?
Nesse dia,
Nossos corpos brilharão
Como a resposta que procuramos...
Seremos "A POESIA".
(De uma conversa com Ariana)
Quem sabe um dia
ResponderExcluirNo fim do caminho
Ou quando a tinta se esgotar
Não arranharemos as páginas com exposição do mistério?
Nesse dia,
Nossos corpos brilharão
Como a resposta que procuramos...
Seremos a poesia.
arianabraga.blogspot.com
O final então ficou lindo, só vi hoje! Rs . Você é demais, jaá disse e repito: Sou sua fã!
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Eu queria ser a poesia em pessoa. Falar como escrevo. Falar sem medo. Colocar pra fora tudo que guardo aqui dentro de mim.
Eu queria ser uma poesia.
Talvez já sejamos essa poesia. apenas não sabemos ou temos essa devida consciência...
ResponderExcluirObrigado por gostar das minhas coisas.
É muito difícil sim, transcrever para o papel o que habita cá dentro!
ResponderExcluirÉ tão especial, sentido, que as palavras são insuficientes :)
Forte abraço*
Paul Cézanne, era conhecido pela sua obsessão em produzir arte. Em ir além do que podia os seus pincéis.
ResponderExcluirjá velho pintava um quadro e parou por um instante observando-o. E disse:
- Acho que estou começando a entender um pouco disto.
Morreu no dia seguinte.
A angústia de um poeta é a mesma do pintor e do músico que não dscobre a nota em um instrumento. A nota existe mas o instrumento ainda não.
Uma correção. Não foi Cézanne que disse a tal frase e sim Renoir. Mas Cézanne poderia ter dito pela sua grande devoção à descoberta de novas possibilidades.
ResponderExcluirMe desculpem a falha.