segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010


239 - Angustia Poética
Autor: Carlos Henrique Rangel

Não sei menina...

Quase morro de angustia por não conseguir
Passar certas coisas que estão guardadas aqui.
Meu peito quer pular e minha alma berra batendo asas...
Mas falta alguma coisa...
Queria inventar uma linguagem que dissesse tudo o que penso...
Como gostaria de criar uma poesia com odores e lágrimas...
Como gostaria de escrever um beijo eterno
E abraços que não se desfazem...
Como gostaria de mastigar poemas em praça pública
Qual rosquinhas de amor.

A vida para mim é como a casa da bruxa da estória de Joãozinho e Maria...
Quero devorá-la com sofreguidão e berrar pétalas de rosas...

Mas como?

Como seria?

Como traduzir o que só existe no mundo dos sonhos
Ou nos reinos das fadas?
Transformar em palavras o gosto do beijo da pessoa amada?
Como descrever com cheiro e textura
O que habita um coração apaixonado?
Como colorir o som de um luar?
Como dizer sem dizer?
Ou,
Sem dizer,
Dizer tudo?

Não sei menina...

Quem sabe um dia,
No fim do caminho.
Ou quando a tinta se esgotar
Não arranharemos as páginas com a exposição do mistério?
Nesse dia,
 Nossos corpos brilharão
Como a resposta que procuramos...

Seremos "A POESIA".

(De uma conversa com Ariana)

5 comentários:

  1. Quem sabe um dia
    No fim do caminho
    Ou quando a tinta se esgotar
    Não arranharemos as páginas com exposição do mistério?
    Nesse dia,
    Nossos corpos brilharão
    Como a resposta que procuramos...
    Seremos a poesia.



    arianabraga.blogspot.com

    O final então ficou lindo, só vi hoje! Rs . Você é demais, jaá disse e repito: Sou sua fã!




    _____________________________________


    Eu queria ser a poesia em pessoa. Falar como escrevo. Falar sem medo. Colocar pra fora tudo que guardo aqui dentro de mim.
    Eu queria ser uma poesia.

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  2. Talvez já sejamos essa poesia. apenas não sabemos ou temos essa devida consciência...
    Obrigado por gostar das minhas coisas.

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  3. É muito difícil sim, transcrever para o papel o que habita cá dentro!
    É tão especial, sentido, que as palavras são insuficientes :)

    Forte abraço*

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  4. Paul Cézanne, era conhecido pela sua obsessão em produzir arte. Em ir além do que podia os seus pincéis.
    já velho pintava um quadro e parou por um instante observando-o. E disse:
    - Acho que estou começando a entender um pouco disto.
    Morreu no dia seguinte.
    A angústia de um poeta é a mesma do pintor e do músico que não dscobre a nota em um instrumento. A nota existe mas o instrumento ainda não.

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  5. Uma correção. Não foi Cézanne que disse a tal frase e sim Renoir. Mas Cézanne poderia ter dito pela sua grande devoção à descoberta de novas possibilidades.
    Me desculpem a falha.

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