domingo, 28 de março de 2010

289 - FLOR NO CAMINHO
Autor: Carlos Henrique Rangel

Uma flor no caminho
Me lembrou você.
Branca margarida
E eu não recolhi.
Melhor assim...
Como você,
Ficou no caminho
Distante de mim.
Uma simples flor
Simples você.
Você não me quis
A flor... Eu não quis.



Casarão do Inconfidente Abreu Vieira
290 - SOMBRAS
Autor: Carlos Henrique Rangel

Sombras da noite.
Os que foram
Ainda estão.
Choram o passado
No ranger
Das portas.
Ninguém os vê
E estão lá
Ensaiando a vida
Que não é mais.
Há senhores
E servos.
Cúmplices do tempo.
Solidários
Do que foi...
Somos intrusos,
Invasores
De cotidianos
Antigos.
O casarão
Não lhes pertence
E a nós
Muito menos.
Não sabemos
O suor das paredes...
As lágrimas nas janelas...
São deles os sangues
Na poeira.
As dores no assoalho...
Nós...
Não apreendemos
Nada.
Não aprendemos
Nada.
As sombras
Da noite
Continuam as rotinas
Do tempo
Enquanto houver
Vestígios do tempo...
Enquanto houver
Tempo.

291 - PRAIA DO MUNDO
Autor: Carlos Henrique Rangel

A praia do meu mundo
Fica Ali na esquina
Onde suo minhas mágoas
Em líquidos gelados
Pensando em você.
Atravesso mundos e fundos
Para morrer na praia
Entre iguais desajeitados.
Ex-amados, ex-felizes...
Atuais desgarrados,
Solitários, cansados...
A praia do mundo
Tem areias sujas
E águas mal cheirosas.
E você não está lá...

(Somente em pensamento...)
Eu mergulho nesta solidão
De momento
E me afogo
Na sarjeta movediça.
No outro lado do mundo
A esperança me espera...

Um comentário:

  1. No meio do caminho havia uma flor
    Havia uma flor no meio do caminho
    Eu não posso atravessar e pisar na flor
    Vou contemplá-la por toda eternidade
    Estou hipnotizado

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