terça-feira, 20 de abril de 2010

                          318 - SOLIDÃO II
Autor: Carlos Henrique Rangel

Nós que amávamos
Muito a solidão
Também a odiávamos.
E na multidão
De vazios
Ela imperava
Nos acolhendo
Em cantos de mesas
Acompanhados
Das mais frias cervejas.
Era nesse observatório
Invisível
Que vigiávamos
Os felizes
E os invejávamos.
Éramos sós
Por opção imposta
E amávamos
A solidão que odiávamos
E aos felizes
Que desprezávamos.
Nós que amávamos
Muito a solidão
Não a queríamos
E sonhávamos
Com a alegria
Dos normais.




319 - ESQUECIMENTO
Autor: Carlos Henrique Rangel

Eu sei,
Esqueci você.
Já não dói
No peito
A falta de seus beijos.
Ou o pedaço
De carinho
No rosto.
Já não chovem
Lágrimas
Sobre a face
Quando penso
Em seu sorriso.
Esqueci você
Numa esquina
Qualquer
Abraçando
Garrafas vazias.
Já não te encontro
Na cama
E nem procuro.
Já beijei
Outros lábios
Sem sentir
Os seus
E nem sonho
Com os seus olhos
Que olhavam os meus...
Esqueci você...
E o que fizemos
Juntos...
Não somos mais
Nada
Um para o outro.
Eu sei,
Esqueci você...

ACHO...

2 comentários:

  1. Maravilhosos os dois poemas!Não há palavas para descrever, mas a poesia nos passa tanta emoção!
    *___*


    "E nem sonho
    Com os seus olhos
    Que olhavam os meus...
    Esqueci você..."
    Esse trecho que você escreveu está perfeito!

    Boa Tarde!

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