147 - MANTO
Autor: Carlos Henrique Rangel
Tinha vontade
de me esconder
por trás
das pálpebras
e deixar
de ser.
A escuridão
é um manto
grosso
e quase
me sinto
seguro.
O não eu
que penso
ser
é uma
doce fuga.
Me desfaço
quase
sem pensamento.
Ninguém
Está.
Não existo
ou penso...
Minha alma
no entanto,
não ultrapassa
a barreira
da pele
e essa densidade
me limita
o mundo.
Apesar de tudo
ainda estou.
Existo...
Ou penso...
Abro os olhos
e recomeço...
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