terça-feira, 18 de agosto de 2009

136 -CAMINHOS ÚMIDOS
Autor: Carlos Henrique Rangel

Sobre a Balaustrada
Vi o rio
E seu caminho.
O meu?
Eu não sei
Do meu caminho.
Não conheço
Minhas margens
Não vejo a foz.
De onde estou
Não vejo o outro lado.
Da nascente...
Da nascente
Não me lembro ...
O meu caminho
Não é protegido
Por balaustradas.
É inseguro
Como a vida
E já provocou maremotos.
Outras vezes
Foi manso
Como um regato
E beijou flores nas margens.
Meu caminho
É menino antigo
Teimoso, rebelde
Mas segue...
Eu não sei
Do meu caminho...
Caminho.
Adivinho e mal.
Sigo as fendas
E me derramo em
Cachoeiras.
Meu caminho tem
Águas límpidas,
Ás vezes turvas e barrentas...
Meu caminho
Brinca comigo,
Me assusta
Ou me faz rir...
Eu não sei
Do meu caminho.
Aprendo cada dia
Ou tento.
Me deixo levar
Para ver onde vai dar...
Eu não sei
Do meu caminho...
Repito: caminho.

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