terça-feira, 2 de junho de 2009



48 - BAR
Autor: Carlos H. Rangel

De beijos em beijos
Bocas
Mundanas...
São tantas...
As cervejas
Matam
A sede
Que não morre...


49 - BEM
Autor: Carlos H. Rangel

Para meu bem
Tudo...
Todo o bem....
Tudo bem???




50 - MULHER
Autor: Carlos H. Rangel

Não amo apenas o corpo
Esse pobre receptáculo
Sujeito aos desabares
Do tempo.
Amo o doce suspiro divino
Que o faz dançar na lida
Desta vida
Individualizado em
Sua beleza impar.
Amo o brilho dos olhos
Estas janelas d´alma
Que me permitem
Ocupar seu peito
E conhecer o ruído
Carinhoso de seu coração.
Amo a manifestação
Inteligente de seus beijos
Comandados pelos neurônios
Experientes
Que sabem reconhecer
Num só instante
Aquele que é seu
Verdadeiro amante.



51 - HOMEM OBJETO
Autor: Carlos H. Rangel

Ela me sorri
Com sua boca
De menina
E sinto seu cheiro
De mulher faminta.
Seus olhos me
Despem atravessando
A música
E admiro os dedos
Limpos sobre o copo.
A cerveja desce
Fácil no calor da noite
E espero o seu
Chamado
Imaginando o som
De sua voz
Adocicando
O rápido currículo
E concordo com
Os tradicionais
Apartes no fim
De cada frase.
O beijo vem
Quase natural,
Com gosto
De sono e cerveja
E me sinto
Em casa
Em seus braços.



52 - ITABIRA
Autor: Carlos H. Rangel

Itabira...
A alma sofre mais
O que sofria...
O brilho da montanha
Vazia...
Combina com o resto
De passado
Que expira.
Canso em suas ruas
Com alma de asmático
E registro as tristezas
Dos exilados
No sopro de passado
No pó do minério...



53 – SILÊNCIO
Autor : Carlos H. Rangel

Depois do Silêncio
O que vem?
O silêncio
Como todas
As “coisas”
Fala...
E fica...
Repetindo
Repetindo
Repercutindo...
O silêncio
Dói
Mas
É um bom sinal...



54 - MULHER
Autor: Carlos H. Rangel

Fujo covarde
Do horizonte
Alargado
Que representa
Revelando pequena
A cratera que me cerca.
Não sou seu
Inimigo
Nem minha terra,
Apenas meus
Passos são
Mais curtos,
Mais lentos
Os ponteiros
Do meu tempo.
Você assusta
A rotina
Desvairada
De meus dias
Com a vivência
Sem fronteiras
Colocando em cheque
Valores assumidos
A tempos.
Meu ritmo
É manso
Como nossos rios...
E correntezas
Podem destruir
Sem deixar
Vestígios,
Esse menino
Que demora a crescer.
Seu cheiro
Ainda povoa
Meu corpo
E meus lábios
Repetem seu nome
Em sonhos...
Mas esse homenino
Medroso precisa
Estagiar em outros mundos
Antes de seguir o seu.






55 - COISAS DE BAR
Autor: Carlos H. Rangel

A sarjeta
Fica ali
No bar
Da esquina
Ou em
Qualquer
Lugar
Onde eu
Possa
Segurar
Um copo
Amarelo
E esquecer
E encontrar...
A mesa,
Meu constante
Travesseiro
Me alivia
As dores do dia
A conversa fora
Não diz nada
E nada importa...

Importa a morena
Do lado...


56 - CORPO
Autor: Carlos H. Rangel

No espaço de um suspiro
Um sonho a mais
Vontade de mais
Um beijo
No sorriso do
Umbigo.
Enquanto as mãos inteligentes
Te acariciam
Com força de boxeador
Com muito amor
Sem nenhum pudor...
No espaço de um sorriso
O gosto de sua boca
Em meus ouvidos...
Vontade de ficar
Entre as coxas e o umbigo
Na eterna morte
Dos vivos...
Enquanto os pés se tocam
Como amigos em balé
Indeciso
E os cabelos se misturam
Como inimigos.
No espaço de um beijo
Um suspiro
Um sorriso
Um sonho a mais
Vontade de mais
Vencida pelo corpo
Incapaz
Esgotado no doce
Calor do amor.




57 - NOITE
Autor: Carlos H. Rangel

Não disse nada...
Apenas gemi ao som
Do primitivo futuro
Queimando uma sexta feira
Como velho místico.
Alguém bate sorrindo
Com os dedos...
É hora de morder
A boca tatuada e esperar
O gosto virgem das cabeças
Masoquistas
sonhando divindade...
Me beija nos olhos
Com o calor de sua sombra
E me deixa morrer
Em seu colo.


58 - PROFETA
Autor: Carlos H. Rangel

Sou aquele
Que disse
O que todos
Queriam ouvir.
Sou eu o que
Fez o que queriam
Ver feito.
Sou o que riu
Do que
Há muito se ria.
Sou o que mudou
O que todos queriam
Ver mudado.
Sou eu o que veio
Mudar
O que há muito
Havia mudado.
Eu sou o profeta
Das verdades conhecidas...



59 - MULHER
Autor: Carlos H. Rangel

Deitada...
O pé...
Sobre a boca
O pé...
Sobre a boca o que vier
No caminho
Seguindo o gosto de mulher...
Encharca os músculos da doce fome
Em maré de fios
Em fios
Em fio...
O gozo
Alívio
Vontade de mais...


60 – NO FUNDO DO CORAÇÃO
Autor: Carlos Henrique Rangel

No fundo do coração...
Por que não?
Por que não agora?
Por que não lá fora?
Por que não depois?

No fundo do coração...
Por que não no passado?
Por que não em outro mundo?
Por que não?
No fundo do coração...
No futuro?
Por que não?





61 – MENINA VIRTUAL
Autor: Carlos Henrique Rangel

Minha solidão de momento

é um tempo...
Um bom tempo para pensar
em meu caminho
e nas coisas que encontro
no caminho...
Vontade de descartar
o que peguei no passado
e ficar com o que encontrei
no espaço...
Minha solidão silenciosa
quase berra por um contato.
E me sinto limitado...
Vontade de tocar
em algo
de beijar algo
de sentir algo...
De ouvir seus
escritos
e dizer
vem:fica comigo
me abraça
me mostra
sua timidez...
Deixa eu te beijar
o braço
como daquela vez...
Minha solidão de momento
só me faz pensar em você.
Meu algo
Minha coisa
Minha menina virtual...


62 - BORBOLETA

Autor: Carlos Henrique Rangel
Como já disse,
"borboleta"
quero te abraçar
com cuidado
para não dobrar suas asas...
Com palavras...
Sinta-se abraçada
pelas minha
pobres palavras...
Sinta-se beijada...
Sinta-se mordida...
(de leve...)
De que cor

são suas asas...
Borboleta?
São azuis...
Tranqüilidade?
São vermelhas...
De revolta?
São brancas...
De paz?
De que cor
são suas asas...
Borboleta?
As minhas...
Tenho asas também...
Não te disse?
Mas ao contrário
das suas,
são um pouco presas...
Só um pouco...
Mas também vôo...
Baixo para ninguém notar...
(quase ninguém)
As borboletas notam...


63 – SORRIA
Autor: Carlos Henrique Rangel

Sorria!
O mundo te ama...
E por que não amaria?
Tão linda...
Tão feliz...
Tão...
Sorria!
Todos te amam...
E por que não amariam?
Tanta paz.
Tanta força.
Tanta juventude...
Sorria!
Eu te amo...
E por que não amaria?



64 - ESPONTÂNEA
Autor: Carlos Henrique Rangel

Quem espera
Sempre alcança...

O namorado
Espera...
O vendedor
Espera..
O assalariado
Espera o salário...
A esposa
espera o marido...

Esperar...
Esperança...

Esperança
No Homem...

Esperança
No futuro...

Esperança
Na paz...

Como disse:
Eu acredito
Em fadas...
E
Espero
Você.





65 - VEM
Autor: Carlos Henrique Rangel

A menina
Disse: Vem...
Eu disse: Quem?
Eu?
Nem!!!

Tenho medo
De quem vem...
Não vou
Com qualquer alguém
Tenho medo de ficar sem...
Vergonha
E gostar de quem vem...
Eu hem...


66 – BH
Autor: Carlos Henrique Rangel

Em suas ruas
Abarrotadas
Ainda sinto
A beleza
Provinciana
De menina caipira.
Não importa
O cooper do pobres
Meninos desocupados
Coitados...
Belo Horizonte
Com cuidado
Pode ser agradável
Para todos.
O coração de mãe
Mineira
Agasalha com carinho
Seus filhos
E espera destes
O respeito
Devido
Para poder florescer
Como um sorriso.



67 – BELO HORIZONTE
Autor: Carlos Henrique Rangel

Em suas ruas
Em minhas noites
Derramei lágrimas
Alcoólicas de homem solitário.
Em suas ruas amei
Desavergonhadamente
As companheiras momentâneas
Com a cumplicidade
De suas árvores, postes e muros...
Em suas ruas esperei
Coletivos noturnos
Sob as chuvas teimosas e frias...
Descarreguei excessos
Amarguei remorsos
E encontrei o carinho
De mãe professora e amante...
Em suas ruas me vi menino
Espremido pelas multidões...
Me vi jovem perdido
Me vi homem espremido e querido
Pelos seus grilhões


68 – SABARÁ
Autor: Carlos Henrique Rangel

Sabará
Sabará
Volto lá
No Carnaval
No festival
Na festa
Que vier.
Sempre
Que der...
Volto lá
Para ver
O passado
Presente
E esquecer
Meu passado
Recente
Num presente
Despreocupado
Ao lado de sua gente...

Sabará
Sabará
Sempre
Será
A Sabará
Risonha
Descontraída
Profana
E religiosa.
Dinâmica
Pérola barroca
Me esperando
Para o carnaval
Ou outro
Ritual...

69 – SAUDADE
Autor; Carlos Henrique Rangel

Que saudade
Do seu sorriso
Tímido
Seus grandes olhos
De dúvida...
Que saudade
De seus beijos...
De tocar seu rosto
Seus braços...
Que saudade
Do seu cheiro
Da sua fala mansa
De sua boca
Tocando a minha...
Quero te ver
Mais vezes
Mil vezes...
Despedir
Mil vezes
Só para te encontrar
Outras mil.


70 - QUE SEJA SIM
Autor: Carlos Henrique Rangel

O que você é
Importa
Sim...
Importa também
O que será...
Fomos ontem
Somos hoje
E seremos mais
Amanhã...
Por sermos dinâmicos
Crescer é nossa meta.
Sempre seremos mais
Um dia depois...
Que bom que seja
Assim...

Te vejo melhor
Cada dia...

Querer importa?
Importa sim.
Saber o que quer...
Mas sabendo com
Sabedoria...
Pagando o preço
Do querer...

Suas mágoas importam
Sim...
Elas te constroem
Te moldam para
Que o futuro seja
Mais feliz.

O que passou importa
Sim...
ele te fez e te faz...
lembrar é bom...
aprender com as lembranças
melhor...

Veja sim...
O mundo
É para ser olhado
Admirado
Apreciado...

Escute sim...
Aprende-se muito
Escutando... Ouvido...

Toque sim...
E sinta ao tocar...
Tocar uma flor...
Tocar uma pedra...
Tocar um amor...
Tocar e ser tocado
Isso é bom...

O mundo é sua
Casa e importa...
Você importa...
E o outro...
Que bom que
Seja assim...

71 - OUTRO
Autor: Carlos Henrique Rangel

Posso ser
Seu “outro”?
Um outro
Quase distante...
Virtualmente
Carnal?
Deixa eu ser
Seu “outro” hoje?
Outro dia?
Posso ser
O seu “outro”?
Perigosamente
Outro?
Ser seu “outro”
Já é um desejo
Antigo...
Um desejo
De que você
Seja...
A “outra”...
Seja minha
Outra e serei
Seu “outro”...
Posso ser seu
Outro?


72 - INVISÍVEL
Autor: Carlos Henrique Rangel
Eu sou seu
Homem invisível
Escondido atrás
Da máquina...
Um homem mudo
De palavras faladas
Mas ditas pelos dedos
Que tocam leve
As teclas como
Se te tocassem.
Eu sou o homenino
Virtual
Que te ama
Em gb
Que se esconde
Cheio de desejos
Diante da tela...
Eu te quero muito...
Mas sei que sou
Um homem
Invisível
Visivelmente
Perturbado
Por esse namoro
Virtual...


73 - CAMINHANDANTE
Autor: Carlos Henrique Rangel

Vou
Caminhandar
Por esse mundo
Sorrindo felicidade
Aos que estão...
No mundo.
Sou caminhandante
Valente
Enfrentando
Sombras
E duendes
E fadas
(tímidas)
Sorridentes.
Vou caminhandar
Pelos caminhos
Conhecidos
Mastigando
Poeira
Dos já falecidos...
Tropeçando
Nas pedras
E “costelas”
Caindo em valas...
Abrindo porteiras...
Pisando
Coisas de vacas
E homens...
Sou caminhandante
Antigo
Com sonhos
Quase...
Caminhandando
Sem destino
Ou objetivo
Subjetivamente
Indo
“onde nenhum
Homem jamais
Esteve”.
Vou caminhandar
Pelas coisas
Dos homens...
As felicidades
Dos homens
Suas festas
Suas danças
Suas músicas
Seus lugares
De morar
Namorar
Divertir
Adorar
Passear...
Sou caminhandante
Teimoso
Com sede de sapiência...
De causos
E comidas
E bebidas...
Degustando
Líquidos ardentes
E fêmeas também...
Vou caminhandar
Pelos templos
Dos homens...
Beijar fitas
Senhoras e Senhores
Pombas, velas...
E andores.
Pisar gramas
Sagradas
E provar
Bentas águas.
Sou caminhandante
Perdido
Amante do
Desconhecido
Desbravador
Do já dito
Carregador
De carrapichos
Mofos
E fantasmas...
Minha carga
Admirada
Se espalha
Pelos caminhos
Caminhandados...
Frutificando
Em terras
Férteis
Desertos e matas...
Vou caminhandar
Por esse mundo
Sempre.
Sou caminhandante
Perdido
Teimoso
Valente
E antigo
Que tem
Como sina
Caminhandar.


74 - CADUCO
Autor: Carlos Henrique Rangel

Meu sorriso
Está caduco.
Repete
Mensagens
Antigas
Pouco decifradas...
Adoradas...
No passado.
Passei...
Já não sei...
Sou jurássico...
O que digo
Nem sei...
Se existo
Ou só insisto.
O mundo rápido
Finge Sabedoria
Rejeitando
O antigo
E inventa rodas
Todos os dias.
Eu quase
Não grito
Minhas angustias.
Os iguais...
Coitados...
São iguais...
Os outros,
A maioria,
Consomem
Velocidade
Sem profundidade
E valoriza qualquer
Novidade...
Meu sorriso
Caduco
Está
Na sarjeta
E espera
Ansioso
Que decifrem
A pedra
Da Rosetta.




75 – CORAÇÃO DE LARA

O coração de Lara
Decora a
Televisão.
A rosa abraça
O suporte
Que suporta...
A moça chora
O cotidiano...
Eu...
Observo
O vai e vem
De vida
E o coração
De Lara
E a rosa...
Semiabera,
A porta
Recebe
O som de gritos
E risos...
A moça reclama
Do cotidiano
De vida.
Eu...
Observo
O vai e vem
E respiro...
Sobre a caixa
O coração
De Lara
E a rosa...
Eu...
Observo
E respiro
O cotidiano
De vida...




76 - PERDA
Autor: Carlos Henrique Rangel

Obriguei-me
A lamentar
O que perdi...

Sofrer a dor
Da perda...
Dilacerar a alma
Egoísta
Em pequenos
Goles de cerveja...

Eu te vi na mesa
Ao lado
E na outra...
A cadeira vazia,
Como as blusas,
Não dizia nada...

O pequeno frio
Do entardecer
Se compara
A frieza de seu
Adeus...

Eu apenas
Me obrigo
A lamentar
A perda
Como
Soldado
Entrincheirado
Na sarjeta...


77 - QUADRILHA
Autor: Carlos Henrique Rangel

Com a filha
De João...
Antônio quis
Brincar...
Brincar de menino
Apaixonado
Como se faz
Com as fogueiras...
E como
Com as figueiras
Se queimou...
Pedro fugiu
Com a moça
Na hora de brincar...
Antônio chorou
A perda
Do brinquedo
Delicado
João que não sabia
Nada
Nada sofreu
Sobre fogueira.
Pedro fugiu
Com a moça...
Pedro não sabe
Brincar...



78 - APELOS
Autor: Carlos Henrique Rangel
Doce ilusão
Do pobre coração.
Amar
Sempre é o perdido
E escorrega da mão...
Sonha-se com príncipes
E princesas.
Cavalgadas
Em florestas.
Castelos e armaduras...
E anões gentis...
A realidade...
Os heróis são barrigudos
E bebem cerveja
E mastigam rotinas
Sorrindo à vida
Comum...
Amar o sem sentido
Deixa perdido
O coração...
O ouvido...
Esse ouve o que
Quer e sofre
A desilusão...
Os príncipes
São sapos
E os anões
Uns bobões.
O herói tem
Rugas e cicatrizes
E gripa ao vento...
Os castelos
são de areia...
E o tempo
É a maça
Que adormece
A princesa...
Doce ilusão
Do pobre coração...




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