terça-feira, 2 de junho de 2009

1 - FALAR DE AMOR
Autor: Carlos H. Rangel

E por falar
De amor
Lembra daquele
Filme?
Aquele que
Me inspirou
Para te dizer
Com ardor
Palavras do coração?
Lembra quando
Te dei a mão?
O tremor
A emoção
De ser quase original
Na doce repetição
Do dito em várias
Línguas
Com a mesma entonação?



2 - APENAS UMA MULHER
Autor: Carlos H. Rangel

Apenas uma
Mulher
Eu desejo
No vai e vem
Do meu leito.
Apenas uma
Mulher
Neste momento
Em que a
Intimidade
Exclui amigos
E recebe
Bem a doce
Sonoridade romântica.
Da noite...
Apenas uma mulher
E seu calor
Repetido...
Seu gemido
Conhecido
Ocupando
O espaço
Dos mitos
No peito de
Um faminto...
Apenas uma
Mulher
Eu digo
E repito
Na velha
Fórmula poética
Dizendo amem
Aos céus
A dádiva
Que tenho
Recebido...



3 - PEDAÇOS DE AMOR
Autor: Carlos H. Rangel

Em cada curva
Um pedaço de amor...
A dor
A força da dor
O ser que ama
Na dor...

Um pedaço de amor
Em cada curva
Em cada músculo...
No respirar
No suspirar
Em cada curva...

Um pedaço de amor
Por ti
Por só
Assim viver...

Em cada curva
Em pedaços de amor...




4 - COISAS DE BAR
Autor : Carlos H. Rangel

O Sol ...
Congela meus movimentos...
Preguiça gostosa
Cheiro de cerveja fresca...

Um som semi-distante
Fecha meus olhos por instantes
E eu quase deito sobre a mesa...

Companheiros de momentos
Levantam seus copos
Em cadência
Desordenada
E palavras úmidas de álcool
Passeiam pelos meus ouvidos
Pouco atentos...
A garrafa chora pedindo amigas...
Eu espero...

5 - POR QUE
Autor: Carlos H. Rangel
Porque será
Que seu corpo
Me ama
Como eu
Gostaria
Que você me
Amasse?


6 - SABEDORIA
Autor: Carlos H. Rangel

A sabedoria passeia sobre meu corpo
Mas eu ainda a ignoro em minha vontade
De ser um EU.
Luto ainda
Mordo a injustiça
Sendo injusto...
Grito no vazio
crenças idiotas
Franzindo a testa em quixotices que sei...
Me retraio várias vezes sabendo tudo...
Mas o movimento carnal me arrasta
Para inimizades com o Profundo...
Sei do Rio
O verdadeiro caminho
Mas a corrente perde para minhas braçadas...
E luto por um poder que sei
Não quero...
A sabedoria na simplicidade íntima
Passeia em meu corpo.
Eu ainda sonho com o silêncio
E poder sorrir para as feridas
Da carne...



7 - CONHECER
Autor: Carlos H. Rangel

Meu amor
Me trata
Com carinho
Me diz o que
Quero
Muitas vezes não...
Meu amor
Sabe de mim
Como a palma
De sua mão...


8 - COISAS DE BAR
Autor: Carlos H. Rangel

A juventude grita em mim
Aos goles de cerveja.
Subo nas cadeiras
Beijando seus lábios
Numa audácia tímida...
Não tente entender a cor
Dos meus olhos...
Eles olham
O seu jeito de moça Normal
Com um sorriso doido...

Os cabelos são longos
Mas não me cobre posturas...
Sou novo homem com ódios antigos
E sorriso de recém-nascido.

Lá em baixo
Os desejos são os mesmos...
Não me pergunte se te amo...
Só quero um beijo regado
A pinga com mel...
Amanhã quem sabe,
Agente se fala...


9 - COISAS DE BAR
(Decadente)
Autor: Carlos H. Rangel

Tanto faz
Tanto fez...
Só quero
Beber o que
Cabe deste
Fel
Molhando
Meu cotovelo
Na sarjeta deste bar...

A noite,
Essa bela
Companhia
Me consola
Da monotonia
E eu finjo
Que não haverá
Mais dia...

Nesta fantasia
Me misturo
Aos meus iguais
Enquanto sonho
Com um pedaço
De paz...

Em meio aos ruídos
Confusos
Tento distinguir
Sua voz moça
Quase pura
Chorando suas
Verdades noturnas
E me delicio
Como o desenho
Do seu corpo
Que descubro
Nos passeios
Dos meus dedos...





10 - PLATINA
Autor: Carlos H. Rangel

Minha moça
Tem a cor
Semi branca
Das mulheres
Latinas
E sorri
Com dentes
De platina
Quando feliz...

Este estado
Não é freqüente...
Minha prematura
Esclerose
Lhe deixa infeliz...

Mas é amor
O que sinto
Mesmo quando
Brigo
Mesmo quando
Brinco
E não sei
Viver
Sem esse abrigo.



11- COISAS DE BAR
Autor: Carlos H. Rangel

Entre um copo
E outro
Seus beijos me distraem
Os lábios...
Lá fora as estrelas
Se misturam aos brilhos
Néons da vida artificial...
Meu sorriso de mentira
É a minha resposta
Aos patrulheiros
De plantão...







12 - AMIGO ANTIGO
Autor: Carlos H. Rangel

A imagem no espelho
Reflete o amigo que descobri
E descobri
Ser mais quando me sinto menos...
E descobri crescer
Em minha companhia
Aquele amigo constante
Que sou de mim.

A crescente luta do dia a dia
No andar
No pensar
No vencer passos
Onde mais não se pode ir...
Venci
Andei
Lutei
Com um novo amigo...
Amigo antigo que sou de mim.
E descobri
Ao me ver só
A fazer amigos
Mais fácil
Mais tranqüilo
Mais corajoso
Mais amigo de mim mesmo
E mais disposto a continuar
Na luta pela vida.









13 - AMAR É...
Autor: Carlos H. Rangel

Amar é...
Te encontrar
Em beijos de menino
Te sorrindo carinhos
Em uma sexta feira...

Amar é...
Beber seus lábios
Numa mesa
A dois
Pensando no depois...

Correr as mãos
Em teu corpo
Com fome de você...

Amar é...
Te ter no ir e vir
No ficar depois de ir
Com sorriso bobo
De quem gostou
De ir e vir...

Amar é
Delirar sobre
Teu corpo
Numa enxurrada
De prazer
Num desejo
Ardente
De minutos de êxtase total
De entrega total
De consumo descomunal
No aqui
Deste momento sublime
De contatos de corpos
Liberando desejos
Loucos
Sado-masoquistas
Na fuga cretina
Das patrulhas moralistas...

Amar é...
Te ter em pensamento
No gozo
De belos momentos...



Amar é...
A maré de amor
No depois
O beijo depois
O cigarro depois...
O abraço com frio
Te empurrando um pouquinho
Para ficar mais pertinho
E fingir dormir...



14 - COISAS DE BAR
(Beat-Hippie)
Autor: Carlos H. Rangel

Estou mordendo
Minha língua
Em cada fim de semana
Parecendo beat em pele
De um ser contra cultural...
Espero que meu sangue
Colora muitos caminhos
E destrua a virgindade
Desta gente...


15 - COISAS DE BAR
Autor: Carlos H. Rangel

Alguma coisa
Anda colorindo
Essa caminho...
Que perfume gostoso
O hálito
Desta gente...


16 - SE
Autor: Carlos H. Rangel

Se você me ama
Jogando no dengo
Sua sensualidade,
Me entrega teu corpo
Num martírio louco
De sua virgindade...






17 - AMOR MENINO
Autor: Carlos H. Rangel

Meu amor de menino
É pequenino
Para você...
Mas cresce
Cresce, cresce
Todas as vezes
Que te vê...



18 - COISAS DE BAR
Autor: Carlos H. Rangel

Horas a fio
Mesas cheias
E desejos
E vontades
Sobre o olhar
Dos moços
Que olham
Das moças
Olhadas...
Dos que apenas
Bebem...

Bares cheios
De todos os sentidos
Quase sem sentido
Quase sem razão...
Bares monótonos
Em suas diferenças.
Quase marginais
Quase animais
Em seus desejos...

Cervejas diversas
Diversas vontades...
Sonhos diversos
Vidas quase iguais...

Noite que vara a noite
Chega ao dia
Sem deixar
De ser noite...





19 - HOMENINO
Autor: Carlos H. Rangel

Sou seu menino
Feio
De desejos
Lindos
Esperando
A piedade
De um olhar
E te tornar
Real...
Força feminina
Derrotando
Minha fortaleza
Sensual...

20 - HOMENINO
Autor: Carlos H. Rangel

Sou o homenino
Adolescendo em sonhos
Caindo da cama
E levantando quase rindo.
Aprendendo sempre
Que os dias
São os mesmos sempre
E que o homem muda
Ao sabor dos ventos...

Sou homenino
Amando e odiando
Meu amor
Pedindo colo e chorando
Por mim mesmo
Nas horas dos anjos...

Querendo ser feliz no futuro
Com olhos no passado
Com medo do presente...

Sou homenino antigo
Com antigas crises
Desejos caducos
E rebeldia de terceira idade
Brandindo meus cabelos brancos
Com fome de ser.





21 - EXÓTICA
Autor : Carlos H. Rangel

Meu corpo clama:
Me ama
Deixa eu mergulhar
No quase profundo
Fosso carnal
Essa minha fome
Animal.

Deixa eu lamber
Um pouco do sal
Que te cobre o corpo
E me queimar em
Sua febre natural...
Meu corpo clama
Pelo gozo mútuo
Sem vergonha
Sujando colchas
Lençóis e fronhas.

Meu corpo clama
Me ama
Me arranha com sua gana
Me leva para sua cama
E me faz viver uma noite
Santa ao som
De música profana...








22 - BAÚ
Autor: Carlos H. Rangel

Quase esgotei meu baú
Com você...

Não vou mais falar de amor
Ou de dor para rimar
Com amor...
A dor de amor
É como pequenos
Choques
Mostrando-nos que ainda estamos
Vivos
Dói mas é bom....

Melhor falar de vida
Como diz Cora,
Faz-se poesia
Até com lixo...

Eu faço com sorrisos
Lágrimas,
Pombos
Janelas e flor...
Melhor é ter
Quem nos ouça/ler.
Eu fico aqui
Quase escondido
Brincando de te ver...
Já não sou Homenino
Sou mais velhomenino
Com fome de você...








23 - JÁ
Autor Carlos H. Rangel

Você já assistiu
Mama Mia?
Covades?
Manto Sagrado?
Já viu 2001?
Guerra nas Estrelas?
Perdidos no Espaço?
Nacional Kid?
Já pisou em poça d´água?
Roubou manga?
Traiu a mulher/marido?
Já tomou pinga com mel
E “capeta”, Vodka,
Cerveja e Campari
Na mesma noite....?



24 - ONHAS
Autor: Carlos H. Rangel

O bar me viu de novo
E os meninos pareciam
Quentes de cervejas geladas.
As moças...
Uma me pertenceu
Num beijo cumprido
E eu molhei seu pescoço
Nas várias horas da noite
Sem saber seu nome.
Não lembro a marca
Da cerveja
Nem a música que
Gritava na viola
Da mesa ao lado.
Os vasos e bonecos
Regionais me sorriam
Familiares
E meus dedos
Escondiam seus cabelos
E ela fingia me amar...
O bar me via de novo
E os meninos.
Verdades importantes
Eram ditas
Nas mesas de pedra
E o cinzeiro
Fixo incomodava
Menos que o banco
Sem encosto.
Ela sujava o copo
De baton
E meu rosto
E meu corpo.

O cheiro bom
De mulher
Sempre igual
Em sua diferença...
Eu sonhava com outra
No final da noite...




25 - LEOPOLDINA
Autor Carlos H. Rangel

A Praça
Diz mais
Sobre a bela
Leopoldina.
Na majestade
De sua escola
No brilho
De suas meninas...

A praça e
Seu cheiro
De sorvete...
O clube em
Uma das esquinas....
A pureza das
Suas ruas...
O sorriso
De sua gente...
Leopoldina
Feminina,
Jóia rara
Jóia fina.








26 - Amar
Autor Carlos H. Rangel

A vida continua
Mesmo que as desilusões
Venham criar loucuras na mente
Mesmo que a verdade crie esperanças
E que as esperanças não passem de impulsos
Para viver...
Mesmo que viver se torne amargura
E a amargura a vontade de amar
E amar seja um doce sofrimento
E que o remédio seja o esquecimento
E o esquecimento um remédio não querido
E o querido, o que se sabe já perdido
E o perdido, uma vontade chorar...
A vida continua...


27 - MACHO
Autor: Carlos H. Rangel

Meu macho
Vem devagar
Me acaricia
Com seus dentes
Trilhando caminhos
Conhecidos
Descobrindo caminhos
Novos
Em surpreendentes
Explorações...

O calor de seu
Corpo
Me estimula
Me desperta
E suas mãos
Sobre
Meus cabelos
São mornas ondas
De ternura...

Fecho os olhos
E sinto sua língua
Sobre os meus lábios
E meu sorriso
É quase um gozo
Em seus braços...

No calor da união
Desmancho de amor
E meu macho
Como um cobertor
Me protege o sono.




28 - COISAS DE BAR
Autor: Carlos H. Rangel
A cerveja
Desce bem
Quando estou
Com alguém.

Qualquer alguém
Desce bem
Enquanto o suor
Do copo
Se mantém....

Ao sabor
Das músicas
O desejo
Contido
Se liberta
Sem pudor
Anestesiado
Pelo gostoso
Cheiro de suor
Cerveja
E amor...

Eu finjo que esqueço
Quem sou
E mergulho
Na mentira
Vagabunda
De minha mesa.

Amanhã a cabeça
Dirá o preço da noite
E a cama me terá
Por mais alguns instantes...




29 - O SER
Autor: Carlos H. Rangel

Que venha esse ser
Cheio de pureza
Para embelezar nosso horizonte
Para alegrar nosso futuro
Para estar ao nosso lado
Agora e sempre...
Que venha esse ser
Pequenino
Que se fará
Grande como nosso amor
Por ele....
Que venha esse ser
Para ser apertado
Em nossos braços
Com força
E estar ao nosso lado
Em cada amanhecer.

Que venha esse ser
Sempre
Em sua juventude
Em nossa velhice
Em toda eternidade...


30 - COISAS DE BAR
Autor : Carlos H. Rangel

A cerveja escorre dos lábios
Em forma de sorriso
E finjo alegria
De primeiro mundo
Ao som de mesas sujas.

A menina brinca de dançar
Ao redor das cadeiras
E os moços derramam os
Copos acompanhando
A música.

Na euforia
Não escuto
As vozes da angustia
E do cansaço
Somente o zumbido do
Álcool ecoa no ambiente...

Eu bebo em minha
Homenagem
Sorrindo aos outros
Com jeito de feliz...
O tempo, esse inimigo,
Balança em meus braços...

“Amanhã é domingo
E segunda feira
Ninguém sabe o que será...”


31 - TERRA MINEIRA
AUTOR : Carlos Henrique Rangel

Quero ser Minas Gerais
Na subida das montanhas
Descendo à beira do rio
Me escondendo em seus
Canteiros,
Cantados pelos músicos errantes
Em suas viagens alucinantes...
Na janela da casinha
Nos braços de uma menina
Sentindo o cheiro do mato
Invadindo minhas narinas
Bebendo água da bica
Curtindo minha presença
Natural
Naturalmente sendo
Minas Gerais.


32 - TEMPO DE AMOR
Autor: Carlos H. Rangel

Te amo
Mais a cada
Segundo
Te quero mais
Cada minuto
E morro por você
A cada hora
E me destruo
A cada dia
Pensando em você
Pensando em te ter
Sempre ao meu lado
Em cada segundo
Em cada minuto
Em todas as horas
Do dia.


33 - APENAS UMA MULHER II
AUTOR Carlos Henrique Rangel

Apenas uma mulher
E seu sorriso
De feliz
Que diz
Em cada curva do corpo
Um pouco de muito.

Apenas uma mulher
E muitas mil
Nas emoções e reações
Nas respostas diárias
Várias...
Apenas uma mulher
E muito mais
Eu vejo em seu jeito
De fera nervosa
Raivosa
Gostosa
Esbanjando a força do sexo
Como guerreira orgulhosa.

Apenas uma mulher
Arvore frondosa
De raízes firmes
E emoções ao vento
Alimento
De fomes e desejos.

Apenas uma mulher
E eu mesmo
Sobre os lençóis cobertos
Abertos
Para o que der e vier
No silencio noturno
De nossa intimidade.














34 - BAR
Autor: Carlos Henrique Rangel

O bar
Os ruídos
Do bar
As mulheres
E o Bar...
Minha solidão
É quase
Uma multidão
E se perde no ar.
As mulheres...
As cervejas...
Eu espero
Paciente
O tempo
Passar...

35 - COISAS DE BAR
Autor: Carlos H. Rangel

A garganta
Molhada
De cerveja
Quase não diz nada...
Ouve os ruídos...
O som da vitrola
Os risos...
A mulher
Do lado
Me sorri
E eu a beijo
Com gosto
De cama
E aguardo
O desenrolar
Noturno da trama...
Do carma
Da cama
Da lama...
Lá fora
A noite fria
Cheira a realidade
Eu me finjo
De feliz...






36 - VOCÊ
Autor: Carlos H. Rangel

Você...
Não te vejo
Em ninguém
Em que me obrigo
A ficar...
E fico por gostar
Do doce perfume
Feminino...
Mas não é VOCÊ...
Eu não sei outra coisa...
Só sei VOCÊ...
Nenhuma cor
De mulher
Nenhum beijo...
Me faz esquecer
VOCÊ.
Todas as belezas
Mundanas...
Você eu penso
Nos instantes...
Naqueles mais
Íntimos...
VOCÊ eu sinto falta.
VOCÊ eu amo
No corpo,
No amor
Do momento...
No momento
Da dor de
Quem gosta
De gostar
E sofrer
Pensando
Em VOCÊ.















37 - MADRUGADA
Autor: Carlos H. Rangel

Nessa madrugada
minha alma parece uma metralhadora disparando poesias
para te preencher o dia...
Minha moça virtual...
já não consigo viver sem te escrever
e você some
e eu te ligo...
Finjo um dialogo contigo...
Te jogo letras borrifadas de cervejas do passado...
E espero suas palavras ...

Não quero dizer mais nada...
As palavras... São perigosas lâminas
que podem acariciar e ferir... (Não necessariamente nessa ordem)

Apenas te deixo.



38 - TOQUES
Autor: Carlos Henrique Rangel

Olha,
Feche os olhos...
Fechou?
Minhas mãos tocam
Seus cabelos...
Sentiu?
Estão no seu rosto agora
Seguram suas faces...
Sente meus lábios?
Eles beijam seu rosto...
Seus olhos...
Seu nariz...
Sua boca...
Abra a boca...
Deixe que te sinta...
Que te veja
Por dentro...
Deixa...

Me sinta
E deixe que te sinta.
Me abrace
Assim... Forte...
O seu calor...
O seu calor...
Sinta o meu corpo
Te completando...
Minhas mãos...
Deixa deslizarem
Sobre sua pele...
Sente?
Sinta meus dedos
Brincando em seu ombro...
No tronco... Na cintura...
Deixa meu calor
Se unir ao seu...
Agora...
Agora me beije
Nesse abraço...
(...)
PRONTO!
ESTÁ BOM ASSIM.





39 - NOITE
Autor: Carlos H. Rangel

Meu amor
Com os lábios
Molhados
Te peço
Tire a peça
E me enlace
Com suas pernas
De cascavel
Mordendo o que
É meu
Transformando
Em seu.
No suor da noite
O sal da carne
É um doce perfume
E te sorrio com dentes
De vagalume
O cansaço de amor.
Nos beijos de boa noite
E nas mordidas ilegais
Te pelo mais
Até o calor do Sol...








40 - OURO PRETO
Autor: Carlos Henrique Rangel

O bar na
Cidade rouca
De inverno...
Eu bebo
Um vinho quente
Em sua homenagem
Há cada minuto
Há quase duas horas
E penso na cama
Quente de você.
Sonho inconfidências
Confidentes
De menino libertário
Imaginando formas
De amar.a distância...
A chuva molha
As velhas casas
E me sinto
Um Dirceu
Sem Marília
Embalado por
Um rock antigo.
O vinho quente
Está frio...


41 - IDENTIDADE
Autor: Carlos Henrique Rangel

Não é bem
Assim
O meu jeito...
Sou mais
Do que
Se vê em
Foto três por quatro.
Sou tridimensional
Nos meus atos...
E a verdade
Está no tempo...
Menina,
Está na alma
No sorriso
Nos olhos
E basta tentar
Entender que
Não é bem
Assim o meu
Jeito de ser...
Sou melhor
Na ignorância
De viver...
Sou homem-menino
A crescer no
Dia a dia
Do viver...
Sou você
Ou quero ser...
Espera para ver
E reconhecer
Que não é
Bem assim
O meu jeito
De ser...




42 - MULHER
Autor: Carlos Henrique Rangel

Menina,
Se te chamo
Amor
Na timidez
Das palavras,
É amor que
Sinto de corpo
E alma...
Maluco pelo
Teu ser...
Imoral no querer...
Sonhando
Mordidas
Sobre o lençol de estrelas,
Salgando a língua
Com o seu doce
Sabor de mulher.
Delirando em
Seu calor
De fêmea no cio.
Menina,
Se o macho animal
Te assusta,
Sorria
Não se fere
A virgindade
Nos jogos de amor.
Depois...
Só quero
Me deitar
A seu lado
E fumar
Um cigarro
Imaginário
Segurando
Sua mão...



43 - NOITE II
Autor: Carlos Henrique Rangel

A noite
É uma piada
E eu rio
Sendo
Um personagem
Na lama...

No líquido amarelo
Afogo
Toda minha
Risada.
A mulher do lado
Pode ser um atraso...
Eu adoro
Repetir ano...


44 - JEITO
Autor: Carlos Henrique Rangel

Quero te ver
De outro
Jeito
Se houver
Outro jeito...
No escuro
De uma esquina
Num bar
Ou uma piscina
No mar...
No olhar...
No toque
De mão
De menino...
No beijo
Conhecido
De antes...
No segredo
De nossas noites...
Nas caricias
De velho amante...
Quero te
Ver de outro
Jeito...
Se houver
Outro jeito...



45 - HOJE
Autor: Carlos Henrique Rangel

Você é única...
Hoje.
Amanhã
Meu amor
Como um refrigerante
Estará saciando
Outros corpos
Com a mesma singularidade inebriante...
Se te amo?
Sim,
Só por uns instantes...
No gozo dos nossos beijos
De amantes...
Nos carinhos
Das palavras
Quase originais...
Meu amor,
Não queira ser
Dona do meu peito,
Na reforma agrária
Empreendida no meu coração
Reservei um cantinho
Para a nossa ilusão...
Feio...?
Não ...!
Não sou este homem
Feio sem paixão...
Esqueceu?
Dentro deste corpo
Bate um coração...









46 - SÁBIO
Autor Carlos H. Rangel

Eu não sei...
Quem sabe?
Quem sabe do mundo?
Quem passa
O que passou?
Os fios brancos
Contam histórias
E as rugas
Revelam
O que foi
E o que deixou
O que foi....
Sábio o que
Houve a sabedoria
Dos guardiões
E deixa fluir
A tradição.
A continuação
Depende da transmissão...
Existe força
Na voz fraca
Do velho corpo.
Aconchega
Os ouvidos
Na doce canção
E permita
A construção
Do novo
Sobre velhas
Raízes...
Sábio o que houve
A sabedoria
Dos guardiões...
















47 - VISÃO
AUTOR: Carlos H. Rangel

A cor
Os olhos.
A cor da cor
Nos olhos de quem
Olha...
Olhos em cor
Cores em olhos
Que olham
A cor...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

  CURIOSIDADES: Um discípulo perguntou a seu mestre: "Mestre como é a vida após a morte?" O mestre calmamente respondeu: "Nã...